Athos Ronaldo Miralha da Cunha
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Enquanto ando ao encontro da chuva.
Fujo da sombra da minha consciência.
Trago teu sabor no aroma da uva.
E o encanto da vinha na tua ausência.
Vou ao encalço das sangas profundas,
E deixo na margem a lágrima escondida,
Que recobrem cantos da noite fecunda.
E cicatrizam no peito, antigas feridas.
Acompanho só o ocaso dos remansos
No horizonte insano das taipas futuras
Ao som das guitarras dos pirilampos
Eu ouço acordes das milongas impuras
Procuro sossegos encobertos no açude.
Acariciando a película das mágoas
Refaço os meus encontros rudes
Remando silêncios no lodo das águas
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