Uma
seleção de cronistas colorados, convocados e escalados pelo organizador deste
livro, Athos Ronaldo Miralha da Cunha, entra em campo para jogar o jogo das
palavras, escrevendo uma excelente literatura de futebol. Todos vestiram a
camisa vermelha, soltaram a imaginação, a ironia, a ludicidade e a sua paixão
pelo Internacional. Trocaram os pés pelas mãos e escreveram crônicas que nos levam
a habitar em outro mundo, o “mundo paralelo” do nosso
glorioso Inter, como diz um dos cronistas, Diego T. Hahn. Eles remexeram na
memória, reviveram jogos, criaram e recriaram situações, episódios, e
principalmente celebraram a vida e a trajetória apaixonante deste que é a glória do desporto nacional, o Sport
Club Internacional.
Sempre
houve uma ligação muito estreita entre escritores e jogadores de futebol, com
algumas exceções como Graciliano Ramos e até Machado de Assis, dizem. Ambas as
atividades exigem imaginação para criar, inventar, surpreender, e até mesmo
para dar um balão pro mato que o jogo é
de campeonato. Exigem fôlego, pulmonar e literário. Exigem persistência
para escrever linhas e linhas, e para correr entre as quatro linhas até o fim
dos tempos. Exigem superação e a busca da vitória, seja com gols contra os
adversários, seja pela colocação de um ponto final numa obra literária.
O
escritor Athos Ronaldo Miralha da Cunha é o jogador, o treinador, o capitão,
enfim, o carregador de piano de várias formações de times de escritores
colorados, responsável pela organização de outros tantos volumes de crônicas
sobre o Inter, que receberam reconhecidas premiações Brasil afora. A publicação
dessas coletâneas, como esta “Minha
camisa vermelha”, tem contribuído para o crescimento e a valorização da
literatura sobre futebol neste país do futebol. Santa Maria tem se constituído
assim, graças a essas publicações, num dos mais importantes centros de produção
e de divulgação da boa e da melhor literatura futebolística.
O
leitor está convidado para correr os seus olhos e a sua alma por estas linhas,
para jogar junto com o time, e fazer desta leitura, mais uma retumbante vitória
do nosso Colorado. E, como sempre, com uma inesquecível goleada literária.