A virgem de 20
aninhos de Santa Catarina – Ingrid Migliorini – poderia ter um namorado
surfista e a primeira transa ter sido nas areias da praia do Rosa numa
segunda-feira deslocada do burburinho. Quem sabe a primeira vez de Ingrid
poderia ser com o namorado, um tenista em ascensão, e acabar na plateia no aberto
de tênis do Avenida Tênis Clube de Santa Maria. Ainda, poderia ser a garota de
um jovem craque de bola do rebaixado Figueirense e fazer coraçõezinhos com as
mãos para seu primeiro e único amado atacante nas arquibancadas do Orlando
Scarpelli. Não! Ingrid achava que valia mais. E teve alguém que achava que ela
mais valia ainda. (Um trocadilho com Marx nesse texto faz o comunista se
revirar na tumba).
Por que Ingrid
daria de graça? Nem injeção na testa, diria sua mãe.
A linda, angelical,
formosa e negociante Ingrid trocou o nome para Catarina e fez o cadastro no
site Austrália Virgins Wanted. E
colocou em leilão a sua primeira transa.
O japonês Natsu
vai romper o hímen da brasileira pagando a quantia de R$ 1,6 milhões, sem beijo
na boca, sem fetiches e com camisinha, ou seja, uma defloração sem sal e sem
açúcar.
Eu não me
surpreendo com esse leilão e nem com as cifras da trepada. É a lei da oferta e
da procura. A “mercadoria” tem um preço e tem alguém disposto a pagar.
Recentemente, no
Brasil, tivemos dois exemplos de cifras abusivas para objetos de pouco valor
agregado se o cidadão fosse “um rapaz latino-americano sem dinheiro no bolso”.
A vovó dos baixinhos cobrou dois milhões de reais para pintar o cabelo de
preto. Ela pediu e levou. Business is business.
O ex-craque da bola e boca grande Ronaldo Gorducho embolsou do Fantástico –
correu a boca pequena nas redes sociais – a quantia de seis milhões para suar
as pitangas nas noites de domingo. Isso não é fantástico? Então, por que a
manezinha não pode cobrar por uma trepadinha para entregar uma minúscula parte
de seu corpo?
A Ingrid vai
ganhar 1,6 milhões para abrir as pernas pela primeira vez a bordo de um avião
rumo a Nova Iorque. Pacificamente transando sobre o Oceano Pacífico. Que inveja
do japonesinho... eu, realmente, não sei se foi sorte ou azar da Catarina.
Imagina se o vencedor fosse um afro-descendente atleta da NBA ou um velocista
jamaicano.
1,6 milhões eu
não tenho para participar do leilão. Mas eu seria fragorosamente derrotado pelo
japa, pois meu lance não ultrapassaria a quantia de R$ 80,00 que é o preço
médio desse negócio.
Enfim, eu também
vou fazer um leilão: quem dá mais pelo meu fusquinha 69 com alcinhas? Lance
inicial R$ 1,6 milhões.
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