Um dos cantores
mais populares do estado, Gaúcho da Fronteira, compôs a música “Utilidade do
dedo”. “Sei até que certa gente / Tá pensando maldade / Só porque eu falo do
dedo / E da sua utilidade”. Esses são uns versos da música que tratam da
serventia do dedo.
Pelos dedos
demostramos nossos mais variados talentos. Há pessoas com aptidão para tocar pianos
nos concertos e outras com qualidades para “tocar piano” nas votações no
Congresso. E, assim, demonstram a utilidade dos dedos. Num passado nem tão
remoto os dedos-duros apontavam e delatavam quem pensava diferente. Com os
dedos elevamos a chibata que arranca segredos. Com os dedos puxamos o gatilho
que alvejam inocentes. Alguns dedos contam muitos dólares e muitos dedos contam
migalhas.
Com os dedos
seguramos a pena que rascunha sonetos ou dedilhamos frases de um desaforado
texto.
Aperta os cinco
diz o guasca ao amigo que chega. Com o polegar pra cima sorrimos um tudo bem.
Com o dedo médio mandamos um desafeto para o além. Mas com os dedos acendemos a
pira da paz e as velas que professam a fé.
Ah! Com o dedo
marcamos o ponto digital. Bom... não é bem assim. Temos outra utilidade do
dedo. A tecnologia avança juntamente com a esperteza e o dedo humano perde o
lugar para o dedo de plástico. Uma
médica de Ferraz de Vasconcelos (SP) foi flagrada com seis dedos de silicone –
uma espécie de polidactilia sintética –, mas que proporcionava o acesso ao
trabalho de colegas ausentes. Com os quirodáctilos a doutora assinava o ponto digital.
Essa, sim, sabe a utilidade do dedo. Mas acredito que ela sentirá a utilidade
de um pé. Um pé no traseiro para o bem do serviço público.
Voltando aos
dedos de carne e osso, sorte a nossa – humanos – que temos os dedos para as
mais diversas utilidades – mesmo que seja para tocar pianos e fraudar pontos
eletrônicos –, mas devemos agradecer muito ao polegar opositor, pois sem ele
poucas utilidades teriam os demais dedos.
Então, polegar
para cima, gurizada.
Enfim, vou ficando
por aqui, pois, logo mais tenho uma consulta com o proctologista. E,
possivelmente, continuarei pensando nas diversas utilidades do dedo. Sem
segunda opinião, bem entendido?
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