Após o
início das manifestações pelas ruas e praças do país, os brasileiros aguardavam,
ansiosos, o pronunciamento da presidente. E depois de algumas reuniões foi
anunciado o esperado discurso.
E como
de praxe, cada brasileiro fez a sua análise e os palpites e pitacos pipocaram
web afora. Para não fugir a regra... vamos lá.
Os dez
minutos de conversa eu reduzo em duas frases, que, na minha opinião, são importantes
e fundamentais para o momento em que vivemos.
1º. O
comentário sobre a “importação” de médicos do exterior. Não faria falta no discurso porque “importação”
de médicos não é uma solução e, sim, um paliativo. E a categoria deveria ter sido
ouvida. Mas a presidente resolveu colocar e isso só fomenta a discussão em um
momento tenso.
2º. A
presidente afirmou que iria convidar os presidentes dos demais poderes – Legislativo
e Judiciário – para uma reunião. A grande e expressiva frase do discurso de
Wanda. E esse anúncio é de fundamental importância. E que deveria ser objeto de
análise e cobrança futura, mas no meio do pronunciamento, passou meio despercebido
e escapou de uma avaliação mais atenta.
Todos
lemos um post que circula na internet que esclarece os poderes da presidência da
república. E que diz o que a presidente Dilma pode e o que ela não pode, porque
algumas reivindicações são atribuições dos demais poderes.
A Dilma
não prende. A Dilma não cassa deputados. A Dilma não veta emenda
constitucional. A Dilma não elege o presidente do senado. A Dilma não instaura
CPI. Claro que a presidente Dilma não tem os referidos poderes citados. Mas não
sejamos ingênuos. A presidente Dilma articula e tem poderes para isso, e a opinião
e o desejo dela têm o peso e a procuração de 56 milhões de votos.
Então,
a Wanda que esteve nas ruas, em outros tempos, para protestar por liberdade e democracia,
agora como presidente Dilma terá a sensibilidade de ouvir o ruído dessas mesmas
ruas e interpretá-los. E, na minha opinião, o primeiro passo foi dado ao
solicitar a reunião com os demais poderes.
Assim,
aguardemos o desfecho dessa reunião e os encaminhamentos que dela sairão. Vamos
ver o que dizem e o que farão os demais próceres da nossa república. Qual será
a resposta a esse clamor.
Quando
termina uma partida de futebol, os jogadores e o técnico fazem uma entrevista
coletiva para analisar a partida e explicar aos torcedores os erros e acertos. E
assistimos com a devida atenção essas análises. Depois, ainda, assistimos aos
programas esportivos que debatem o jogo, os jogadores e as análises. E também debatemos.
Dada a
relevância histórica do atual momento, não seria interessante uma entrevista coletiva
dos jogadores, técnicos e presidentes dos clubes “Sport Club Senado”, “Associação
Câmara de Futebol”, “Judiciário Esporte Clube” e “Executivo Futebol Clube”? Seria
importante ouvirmos para acreditar que alguma coisa possa ser
diferente daqui para frente.
Se a
Fifa permitir, é claro.
Um comentário:
beijar a fifa ou a dilma?
ainda bem que gosto de homem.
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