Athos Ronaldo Miralha da Cunha
O senador Collor ficou indignado e foi para a
tribuna do parlamento bradar que foi humilhado pela ação da polícia federal que
arrematou alguns carrinhos de passeio que o ex-presidente tinha na garagem. Coisa
de seis milhões de reais a avaliação dos três “calhambeques”: Ferrari, Porsche, e
Lamborghini. Posteriormente, descobriu-se
outro carrão em sua residência em são Paulo. Coisa que a gente não imagina, que
escapa da nossa realidade. Algo que os mortais veem somente nos filmes do
agente 007. Ou seria 86? Mas o companheiro se sentiu humilhado. A Lava-jato
extrapolou!
Essa história toda me fez lembrar como foi o
impeachment do Collor. E onde estão as pessoas que foram protagonistas daquele
episódio que marcou o Brasil. As ruas tomadas pelos Caras-pintadas e panos
pretos nas janelas dos edifícios.
Collor caiu em 1992 por conta de uma Fiat Elba –
pasmem – e pelo depoimento de um motorista – pasmem II –, o Eriberto França foi
testemunha de que PC Farias movimentava fortunas para a conta do presidente.
Depois de todos esses anos, podemos afirmar que o Collor
está bem, política e financeiramente, virou senador e amiguinho de Lula. E continua
com seus rompantes.
Mas por onde anda o Eriberto, o França? O motorista
que derrubou um presidente? Até pouco tempo atrás fazia bicos para sobreviver.
Isso mostra o país que vivemos. Cheio de contradições.
São tantas as voltas da vida, mas a mesma classe se mantém no poder. O presidente
afastado continua poderoso e endinheirado. O motorista herói perdeu o emprego e
vive de biscates. Temos uma classe intocável e poderes mantidos. A elite – política
ou financeira – passa incólume pelos descaminhos.
Uma Fiat Elba derruba um presidente e um senador
sente-se humilhado por ter uma Ferrari, um Porsche, e uma Lamborghini na
garagem. Vivemos tempos de contradições. Mas, certamente, os humilhados somos
nós.
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