Athos Ronaldo Miralha da Cunha
Não sei se a Elis Regina era gremista ou colorada,
na verdade, acho que ela não estava nem aí para o futebol. Mas caía a tarde feito
um viaduto. E essas tardes vão caindo jogo após jogo é não é feito um viaduto. Na
realidade é feito um arremedo de time de futebol. Uma junção oriunda da várzea
que não honram a camisa que vestem. Assim, cairão todas as tardes e o viaduto
será apenas uma metáfora.
O jogo contra o América-MG deveria ser o que chamamos
de virada numa narrativa. Aquela mudança de ação que fisga o leitor. O momento
em que o time diz que vai reagir ao chamado da torcida. Mas esquema tático de futebol
não é música e nem literatura. Então, vamos ao jogo.
O Internacional se apequenou. Os jogadores, a direção
e, principalmente, o técnico reduziram o Inter num time de segunda divisão. Joga
como uma equipe sem ambição. Sem personalidade. Um amontoado tresloucado de
baratas tontas. O resultado de hoje antecipa, com algumas rodadas, o futuro do
Inter. O treinador joga contra o último colocado e entra em campo com três volantes.
Com todo o respeito ao adversário, isso é humilhante para uma equipe que já foi
campeã do mundo e precisa de uma vitória urgente. Um treinador que retira da
equipe os dois melhores e faz as substituições no final do jogo merecia ser
demitido por telefone.
Ao final do jogo Celso Roth falou que está buscando
o equilíbrio da equipe. Fernando Carvalho corroborou com a ideia do treinador e
falou: o treinador está buscando o equilíbrio da equipe.
Só faltou eles acrescentarem que estão buscando um
equilibrista para o Internacional. Mas no circo em que eles buscam o
equilibrista eles só encontram palhaços e os palhaços são mais de 100 mil associados.
É assim que nos sentimos ao constatar tanta incapacidade dessa direção que se
tivesse um pingo de vergonha renunciaria imediatamente. Mas isso é o reflexo
desse Brasil: ninguém tem mais vergonha na cara.
No contexto dessa lambada que é cada jogo do Inter,
dança na corda bamba de sombrinha o equilibrista, o Roth e o Carvalho. E onze pernas-de-pau
fazem um acompanhamento chulo numa dança chula. Tudo bem: sete.
O técnico busca o equilíbrio. Certamente encontrará
no ano que vem quando jogar a série B. Porque, no atual momento, o Inter buscou
o equilíbrio e encontrou apenas o bêbado da dupla.
É o que nos resta: beber.
Porque o show tem que continuar.
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