Fernando Henrique Cardoso.
Confesso que folheie um dos calhamaços dos “Diários da Presidência”. Não é pra mim, pensei. Isso não é para um leitor periférico. Deixo para os historiadores do futuro vasculharem o dia-a-dia do FHC.
No entanto, quando vi esse “Um intelectual na política”, comprei. Gosto de ler memórias e narrativas em primeira pessoa. Investi uma graninha e tempo nas lembranças do ex-presidente. E devo dizer que é um bom livro. FHC esteve sempre no cerne da política e dos importantes momentos da nação. Foi exilado no Chile e morou em Paris. [Nada consta sobre o apartamento, mas já vi em outras oportunidades que ele falou que não tem apartamento em Paris].
Esteve no maio de 68, mas só presenciou, não foi um participante das manifestações. Mas já é alguma coisa: testemunha ocular da história.
No colegial foi colega de Plinio de Arruda Sampaio, onde disputavam as medalhas de melhor aluno.
Recepcionou Sartre e Simone de Beauvoir em um jantar em sua residência. Isso me deixou introspectivo. Mas não entrei em crise existencial.
Tem uma parte dedicada ao seu sucessor na presidência. Não são muitas linhas, mas é uma revelação.
Enfim, são bons momentos de leitura sobre a nossa história recente. São 315 páginas de uma letra não muito miúda.
Ah! No final da leitura eu quase me arrependi de ter gritado “Fora, FHC!” nas praças.
Eu falei quase. Compreendido?