Athos Ronaldo Miralha da Cunha
As festividades de fim de ano
aproximam as pessoas. Nos tornamos mais solidários, ofertamos Cidras aos
trabalhadores que recolhem o lixo e ranchos e agasalhos às instituições de
caridade. Desejamos felicidades, saúde, paz e dinheiro no bolso, que,
convenhamos, ajuda bastante. Um ano que inicia sempre nos enche de otimismo.
Renovamos nossas esperanças de que um mundo mais humano e igualitário é
possível. Esquecemos as nossas agruras e nos abraçamos saudando o ano que entra
e, se possível, saldando o ano que finda. Mas, certamente, sondando o parente
que se achega só com a vontade. Pipocamos fogos nos céus e estouramos espumantes.
Tudo para celebrar a alegria.
Para realizar nossos sonhos não
abrimos mão de superstições e simpatias.
No primeiro minuto do ano umas
colheradas de lentilhas são fundamentais para termos sorte. Vestir branco
também significa harmonia e paz. Dizem que se comermos 12 uvas – uma para cada
mês do ano –, ajuda na prosperidade e dinheiro. Não há necessidade de comer uma
uva para cada dia do ano, a sua fortuna não aumentará e você ainda poderá ter
uma desagradável dor de estômago e sua entrada de ano novo ser uma correria.
Embora os porcos vivam nos chiqueiros eles fuçam para frente, então: porco
assado na virada. Porco assado light para os preocupados com as calorias. E
nada de porco para quem está na berlinda da balança. Logicamente que na mesa
não poderá faltar o panetone marca Big.
Algumas superstições estão sendo
renovadas. Se você encontrar com algum figurão envolvido no esquema do mensalão,
por exemplo, é importante não liberar seus instintos mais primitivos.
Contenha-se. Sublime-se. Dá azar.
Se você estiver caminhando
distraidamente “do lado direito da rua Direita olhando as vitrines coloridas” e
ver o Presidente Lula; duas opções: se você tiver mais de 40 anos, tudo bem, o
encontro será amigável e tranqüilo. Significa paz. Agora, se você tiver 20 anos
e mesmo sendo de direita, convém cruzar a rua, desloque-se imediatamente para o
lado esquerdo sem olhar para trás. Mas, cuidado, não vá dar uma de Iracema e
atravessar contramão.
Quando jovem e estudante, gostava
de ir ao cinema acompanhado e sempre convidava uma colega. Diante da bilheteria
do Glorinha eu solicitava “Um par de meias, por gentileza”. É claro, recebia um
sorriso da atendente. Hoje, peço um par de inteiras, mas não tem a mesma graça.
Atualmente, a minha única
superstição de fim de ano, e que me faz lembrar as meias do saudoso Cine
Glorinha, é usar um par de meias no pé direito. Assim, eu garanto que não
entrarei no ano novo com o pé frio.
Enfim, não sei o que implica dar
três pulinhos num pé só. Mas três pulinhos com o pé direito com um par de meias
de lã deve ter algum significado.
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