Athos Ronaldo Miralha da Cunha
Os brasileiros estão envolvidos com a
Copa, desde o voluntário que busca uma boquinha para ser parte da história ao
mais influente empresário piscando cifrões com as obras. Estádios novos e
padrão FIFA, aeroportos... nem tanto, digamos, padrão CBF. E as obras de
infraestrutura a galope porque o tempo “ruge”.
A intensão não é fazer um comparativo de
orçamentos, prazos e de onde vem – ou para onde deveria ter ido – toda a grana
que envolve uma Copa do Mundo. Aliás, a Copa de 2014 está estimada R$ 28
bilhões. Os estádios estão impecáveis, o Beira-Rio foi eleito um dos cinco mais
bonitos do mundo, estará pronto para recepcionar algumas das mais importantes
seleções: França, Holanda e Argentina. Para os colorados, um golaço!
É público e notório, qualquer criança
sabe, mas não custa lembrar: a Copa do Mundo e as Olimpíadas são realizadas a
cada quatro anos. Assim, temos um grande evento do esporte mundial a cada dois
anos. Esses eventos requerem orçamentos estratosféricos e, via de regra, no
país sede faltam verbas para os programas sociais como a saúde e educação. África
do Sul em 2010 e Brasil 2014 são bons exemplos.
O futebol é uma unanimidade nacional. É discutido
exaustivamente pela população, mas quando o assunto é educação e saúde nós não
estamos envolvidos tanto quanto deveríamos e os governantes também não estão
assim tão comprometidos quando o assunto é Copa X Hospitais, pois uma copa é
muito mais importante e, convenhamos, não se faz uma copa construindo hospitais
(sic).
As nações do mundo deveriam criar uma
federação internacional da educação e um Comitê da saúde. Uma espécie de FIFA da
educação e COI da saúde. Faríamos a cada quatro anos uma copa do mundo da
educação e umas olimpíadas da saúde. E aí teremos um país inteiro na organização.
Fiscais iriam visitar as cidades sedes, subsedes e afins. A cada quatro anos o
país sede teria que construir, remodelar, modernizar as escolas e ginásios, melhorar
os salários, merenda, transporte, quadra de esportes, bibliotecas etc. A
Federação convocaria voluntários pra trabalhar na copa. Aí, sim, nós teríamos
muito a comemorar. E se alguém propuser a construção de um estádio padrão FIFA
terá uma resposta de pronto: não se faz copa da educação construindo estádios. O
comprometimento com a Copa da Educação seria muito grande.
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