Athos
Ronaldo Miralha da Cunha
Um debate
presencial para discutir o ódio virtual termina antes de começar, justamente, por
conta do ódio virtual que se fez presente. Não é uma ironia? Não. É ódio em
estado puro. Intransigência que se alastra como epidemia. É a educação derrotada
pela intolerância. A bem da verdade, isso não é privilegio de classe. Quando vejo
um douto afirmando barbaridades na internet eu lembro do velho que dizia “Diploma
não encurta orelhas”.
A internet
veio para facilitar a vida da gente, mas tem gente que gosta de complicar o que
parece fácil porque é fácil permanecer no anonimato. Ou escondido diante de um
teclado. Quando o tema é política aí nos repontamos a era mesozoica e nos comportamos
como tiranossauros rex grunhido raivosas expressões. Os adjetivos são por
demais conhecidos.
Eu costumo
dizer que conto os 150 botões da minha bombacha antes de responder uma provocação
ou tecer um comentário. Mas têm dias que não dá vontade de contar porcaria nenhuma
e chutar o balde ou o pau da... pau de selfie (para ficar na moda).
Uma vez
– nos áureos tempos de sindicalismo combativo – um colega comentou que as avaliações
de um encontro, seminário, reunião ou campanha não devem ser feitas no calor
dos debates e nem muito dias após o término, para não sermos acometidos pela emoção
irracional ou pela complacência do tempo. Sempre penso assim antes de postar,
comentar ou enviar uma resposta. No dia seguinte a resposta fica mais comedida.
Mas o importante num debate virtual – e que muitas vezes fica em desuso – é a educação.
Acreditem, é possível discordar com educação.
Mas se
for impossível a convivência virtual a solução é bem simples: bloquear e
desfazer a amizade. É uma solução sem traumas e definitiva. Porque, para mim, as
redes sociais são como uma rede na varanda. É para relaxar.
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