quinta-feira, 5 de março de 2020

E se a vaca voltar do brejo


A vaca foi para o brejo. Essa é a premissa para ilustrar uma desilusão. Uma perda. Ou, simplesmente, expressar espanto diante de um infortúnio. Mas dependendo do tempo do verbo pode ser uma conclusão: a vaca poderá ir para o brejo. Uma previsão se as coisas não mudarem.
A política é um dos setores que mais contribui para o índice populacional do brejo. O lodaçal da política é muito concorrido. Haja brejo!
A trilha do brejo das vacas da política é de mão única. E muito frequentada. Em tempos de mais balbúrdia política e desavenças midiática é, praticamente, uma romaria ao brejo.
No atual momento do Brasil são tantas a situações que o porteiro do brejo deve estar distribuído senhas para as vacas. E a cancela é com controle remoto. Logo teremos que construir brejos sustentáveis para abrigar tamanha quantidade de habitantes.
Uma questão a ser verificada é se a vaca voltar do brejo. Alguém tem notícia do retorno da vaca?
O brejo aprisiona, e talvez seja difícil livrar-se dessas amarras. Desta clausura. Mas é um direito da vaca, no brejo, mugir. O brejo seria pedagógico? O brejo recicla? A vaca que voltar do brejo, volta diferente? Se voltar, esperamos que sim.
Eu não sei se tem partidor para dar a largada do brejo, mas em um cenário eleitoral os habitantes do brejo gargalham em galhos vergados.
Se ao final disso a vaca fixar domicílio no brejo restam poucas opções. Nós teremos poucas soluções e uma delas é tirarmos o cavalinho da chuva.
A outra seria Pasargada.
Um apartamentozinho num bairro de classe média em Pasargada seria interessante. Então, se alguém conhecer um corretor de imóveis em Pasargada, avisa aí. Lá eu não sou amigo do rei, mas tenho amigos que são. E isso é importante nas relações atuais. Para as minhas necessidades serve um quarto e sala. E se o vizinho for o Manuel Bandeira, melhor.
Não tenho conhecimento se existe brejo em Pasargada. Mas se existir seria o fim da picada.

Um comentário:

Sonia Guterres disse...

Texto delicioso...
Quando eu crescer, gostaria de escrever parecido contigo, Athos!
Abraço