Athos Ronaldo Miralha da Cunha
A discussão promete e vai longe. Afinal de contas, tudo aqui nesta
província de São Pedro vira Gre-Nal. Grenalizamos a pandemia e o distanciamento
social.
E agora, grenalizamos o Gre-Nal por conta do Covid-19.
Mas o maior clássico do mundo será realizado, com portões
fechados, sem atletas positivados para o vírus, sem Var e na serra gaúcha. E ao
vivo pela televisão.
Dentro da atual conjuntura de realização, penso que o Beira-Rio
estaria com melhores condições de ser o local do enfrentamento. Digo isso
porque o Inter praticou todos os protocolos para viabilizar, com a máxima
segurança, a execução do jogo. Gastou em torno de 200 mil reais. Mas o Júnior
não deixou e tem lá suas razões.
É bem mais simpático, mais sensato e mais solidário que o Gre-Nal
não fosse jogado. Os argumentos contrários são contundentes e convincentes. A
possível disseminação do vírus é real. E, também, não é uma atividade
essencial.
Quando todos estão confinados – numa infindável quarentena –, e profissionais
de saúde arriscam a vida para combater o vírus, não deixa de ser um acinte que
alguém venha propor a realização de um clássico de futebol.
Num primeiro momento também fui radicalmente contrário. Todas as
argumentações contrárias são plausíveis. Mas... flexibilizei. Eu não posso
ouvir a palavra Internacional.
Tem um dado a ser considerado. Uma turma que está à beira de um
ataque de nervos. A turma que conversa com a máquina de lavar roupas, que
proseia com panos de pratos e praguejam os lençóis de elásticos, merecem certa
consideração.
São pessoas que estão convictas e cumprindo o recolhimento com
afinco para ajudar o combate à pandemia. Para ajudar basta ficar em casa e essa
parte da população está em casa.
É um peso a ser colocado na balança na hora de decidir sobre o
Gre-Nal. E a volta do campeonato gaúcho. Um relax para os enclausurados.
O Gre-Nal é um prêmio. Uma distração para quem não aguenta mais as
lives de sertanejos e... lives de sertanejos e... lives de sertanejos.
O Gre-Nal é a live dos meus sonhos nesses tempos de pandemia e
clausura.
Eu estarei com a minha bandeira vermelha na região de Santa Maria,
mesmo que o Dudu – o Leite – diga que a bandeira é laranja. A minha bandeira
sempre será vermelha!
Bom Gre-Nal a todos.
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