Athos Ronaldo Miralha da Cunha
Toda vez que vejo algo como esse adesivo – ofensivo
à honra da presidente Dilma – que anda circulando pela web, eu lembro de Ulysses
Guimarães quando ele falava sobre a liturgia do cargo.
Quando ocupamos um cargo devemos ter ciência do
tamanho da responsabilidade e sempre ter em mente nossas ações e atitudes, por
mais pessoais que elas sejam. Na frente do nome vem o cargo. Pode ser o
presidente da República ou o síndico do prédio. A postura tem que levar em
conta o cargo que ocupa. E as pessoas também devem ter esse reconhecimento,
esse respeito. O respeito ao cargo. A função. A autoridade.
Uma coisa é ser oposição, outra bem diferente é
usar meios nada republicanos para fazer uma oposição para macular a imagem de
um adversário político. E, mais ainda, nada educado e sensato fazer adesivos
para enxovalhar a imagem da presidente. Aliás, de quem quer que seja. É muito
baixo, vulgar e grosseiro.
Têm umas figuras da nossa adorável república que não
estimo nem aqui e nem na China. Mas não é por isso que vou abrir meu Facebook e
sair “xingando a torto e a direito”... e a esquerda. E a lista é grande.
Há meios mais bem-humorados e inteligentes para “viralizar”
na internet. Porque esse adesivo não agride só a Dilma, agride as mulheres e a
todas as pessoas que desejam e lutam por uma sociedade justa e igualitária. E,
principalmente, democrática.
Mas a conclusão é óbvia, falta educação nesse país.
Inclusive para indivíduos formados nas universidades – que pintam e bordam nos
computadores – porque, afinal de contas, “diploma não encurta orelhas”.
A melhor maneira de acabar com esse meme é não curtir,
não compartilhar e não comentar. Mesmo que seja para espinafrar o adesivo ou
quem postou. Assim será o fim dessa injúria.
Ah! Lá no começo da crônica eu citei Ulysses
Guimarães e me ocorreu o seguinte sentimento: houve um tempo que a Câmara dos Deputados
teve um presidente com a altura que o cargo exige. Mas fazer o quê? É o reflexo
dos novos tempos e adesivos.
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