Athos Ronaldo Miralha da Cunha
O Baile da Ilha Fiscal aconteceu no dia 09 de
novembro de 1889, um sábado. Uma festa para homenagear os oficiais do navio
chileno “Almirante Cochrane”. Consta que a família real chegou por volta das
dez horas. E ao adentrar no salão de baile Dom Pedro II tropeça e cai sendo
amparado por dois jornalistas.
– Cai o Imperador, mas não cai o Império – teria comentado
Dom Pedro II.
Menos de uma semana depois seria proclamada a República.
Diga-se, uma quartelada. Aquela festança ficou conhecida como o “Último baile
da monarquia”.
A Ilha Fiscal fica no centro histórico do Rio de
Janeiro e é uma visita obrigatória para quem deseja conhecer um pouco mais da
nossa história. Tiram-se belas fotos e o castelo está bem conservado. Um belo
passeio.
Lembrei disso vendo a Dilma se equilibrando em uma
rede no pavilhão do Brasil na Expo Milão, um sábado... apenas uma insignificante
coincidência.
Que ironia do destino. Depois de uma campanha vitoriosa
de desconstrução da candidatura da Marina, na última eleição presidencial, Dilma
é amparada para se equilibrar, justamente, numa rede. Ainda bem que não houve
nenhum acidente de percurso. Apenas alguns comentários bem-humorados. “Meu
mandato é mais firme que essa rede”. Claro que sim.
Mas a maior metáfora da presidente foi o comentário
abaixo.
“Quando você está lá em cima,
você inclina para um lado e imediatamente vira para o outro, você fica
balançando mesmo, você consegue equilibrar. Eu não caí, mas a gente sempre,
para não cair, precisa ser ajudada, né.”
Essa parábola resume muito a nossa política.
E, incrivelmente, precisou a presidente ir a uma feira em Milão. Eu imagino que
isso acontece com todos que chegam “lá em cima”. Viram para um lado, depois
para outro e para não cair precisam de ajuda.
Eu não sei se a assertiva de Karl Marx
cabe nesse caso “A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda
como farsa”.
Sinceramente? Espero que a história não se
repita.
Segue a República.
Nenhum comentário:
Postar um comentário