Athos Ronaldo Miralha da Cunha
A crise porque passa o Brasil está representada
nos mais variados segmentos da sociedade. Estamos vivenciando uma crise política,
econômica, de conduta, de lideranças e também no futebol, agravada com o vexame
da Copa de 2014 diante da Alemanha.
Os jogos das Eliminatórias – que eu acho
que deveriam se chamar Classificatórias – da copa do mundo nos revelam uma
seleção que requer alguns cuidados táticos para evitar a “Neymardependência”. Se
em outros tempos tínhamos um craque em cada posição, hoje temos apenas o deslumbrado
do Neymar.
Eu, particularmente, não estou empolgado
com essa seleção de Dunga. Não me cativa como já cativou as seleções de 82 e
86. Falta brasilidade nos atletas. Falta paixão de torcedor nos jogadores. Não
temos mais comemorações memoráveis como aquela do Falcão no gol contra a Itália
em 82. A do Bebeto em 94. Ali estava representada toda a garra de um atleta e
torcedor. Uma atitude que contagiava a torcida. Uma devoção pelo país que
estava representando. Falta humildade nos atletas.
Penso que falta ao escrete canarinho
atletas brasileiros em campo. Eu sou adepto de uma escalação com jogadores
atuantes no Brasil [tudo bem, três jogadores atuando fora]. Uma escalação cujos
sobrenomes dos atletas sejam: o fulano do Inter, o beltrano do Flamengo, o
cicrano do Corinthians, o manezinho do Avaí – apenas uma citação, compreendido?
– e assim por diante. A torcida pelos clubes é mais apaixonada, e se esses
clubes tem atleta na seleção, a excessiva paixão será automaticamente transferida
com a mesma energia. Desejo uma seleção brasileira com jogadores atuando no
Brasil. Nem que fosse em caráter experimental num torneiozinho mixuruca em
2016.
Tenho a sensação que despertaria aquele
velha vocação de torcedor da seleção que encantou o mundo em várias copas. Aí os
fiascos protagonizados pela CBF estariam, exclusivamente, fora das quatro
linhas do gramado.
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