Athos Ronaldo Miralha da Cunha
Em uma partida de futebol o juiz apita
bem quando não é comentado pela imprensa. O árbitro apita bem
quando passa despercebido pelos fervorosos torcedores. Se a mãe do juiz passou incólume
pelos dois tempos da partida, a arbitragem foi excelente.
Manter a ordem de 22 marmanjos egocêntricos
correndo atrás de uma bola é uma tarefa inglória. Coloca mais cinquenta mil
raivosos e fanáticos entorno e teremos os mais diversos e inomináveis xingamentos
ao coitado do juiz de futebol.
Então, ser árbitro de futebol é para
poucos. Uma profissão para pessoas centradas e comedidas. E altamente
pacienciosas porque lidam com pavões. É só ver alguns cortes de cabelos de
nossos craques.
Lula é o inverso do árbitro de futebol,
enquanto presidente fazia um discurso (improviso) dia sim outro também. Embora sendo
um hábil negociador não tem o perfil para árbitro de futebol. Lula tem o perfil
de armador, um meia-direita de ofício... tudo bem! Meia-esquerda. Com o estilo falastrão,
encerrou o mandato com elevados índices de aprovação.
Dilma é o oposto de Lula. Tem um perfil
mais gerencial. Menos conversa e mais ação. Os brasileiros enxergam em Dilma
uma pessoa que fala menos e trabalha mais. Se Dilma jogasse futebol seria um
centromédio, um Caçapava do saudoso Inter da década de 70. Nas últimas
pesquisas superou os índices de Lula em aprovação. Lula e Dilma, dois perfis
diferentes e índices semelhantes de aprovação.
Então, chego ao STF.
É inegável o trabalho dos juízes do
Supremo Tribunal Federal no que tange ao julgamento do Mensalão. A sociedade
brasileira acompanhou atenta e aprovou a postura – clara e transparente – dos juízes
condenando “Capas-Pretas” do governo. Indivíduos que ao chegarem ao governo
andaram confundido as coisas. No gauchês: trocando as bolas.
Joaquim Barbosa foi o centro – e continua
sendo – de muitas polêmicas e também cultivou altos índices de aprovação. Se Joaquim
jogasse futebol seria um meia ciscador. Aquele que não passa a bola, mas está
sempre nas graças do técnico. Acho que, se Joaquim Barbosa fosse jogador, ele
teria um corte especial de cabelo e em cada jogo faria uma comemoração diferente
nos gols. Ah! Seria um craque midiático.
Joaquim foi um dos juízes mais implacáveis
na condenação dos corruptos. Inclusive, circulou nas mídias sociais uma “campanha”
de Joaquim Barbosa para presidente do Brasil. (Deixa quieto).
Mas o ministro, ao invés de fazer o seu
trabalho com denodo e dedicação, quer ir um pouco além de suas habilidades. Joaquim
fala demais. O ministro deve se espelhar nos árbitros de futebol, os que apitam
bem e passam despercebidos, e um pouco na presidente Dilma. Arregaçar as mangas
e trabalhar. E não deixar-se picar pela mosca azul.
Se o ministro condenar corruptos já
estará prestando grandes e relevantes serviços à nação.
Fale menos, Joaquim!
Um comentário:
Dia desses me disseram que o Joaquim mandou um empresário em depoimento: "calar a boca, baixar o tom de voz e só falar quando fosse solicitado."
Pelo que sabemos ele é de origem humilde, além de se naturalmente Afrodescendente. A impressão que dá é que parece estar tentando tirar décadas de recalque agora nesses meses que devem ser o "ápice" de sua vida.
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