Athos
Ronaldo Miralha da Cunha
Quando
os ministros do Supremo bateram boca por conta dos escândalos do mensalão, mais
uma vez o vocabulário do povo – tal qual o urânio em alguns países – sai
enriquecido. Chicana foi a impiedosa acusação de Joaquim Barbosa que levou o
Lewandowski à ira.
Lógico,
fui ao amansa burro virtual.
Chicana:
argúcia judicial. Trapaçaria, enredos,
cavilação.
Assim,
a sociedade assiste, estarrecida, o culto e profícuo bate-boca soberano do
supremo. A távola com seus membros capas-pretas descem à planície dos reles
mortais.
Corrupto
atrás das grades que é o anseio da população até agora nada. Circula na web um
meme que diz “é fácil prender manifestante, difícil é prender corrupto”. E forçosamente somos compelidos a acreditar que
sim.
Subterfúgios
e protelações são usados a exaustão e os delinquentes continuam faceiros,
fagueiros e lépidos. Zombando dos nossos protestos. Rindo das nossas passeatas.
Mas
ainda é importante acreditarmos na justiça.
Ainda
veremos a expressão de um bandido do colarinho branco ao receber uma ordem
judicial de prisão.
–
Chiiiiiii... cana!
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