Athos Ronaldo
Miralha da Cunha
Os preparativos
para a Copa de 2014 envolvem a reforma e construção dos estádios. Assim, todas
as sedes, subsedes, subsubsedes e pseudossedes resolveram construir Arenas de
futebol. Com financiamento público e cifras estratosféricas.
No entanto, uma
nova, ou renovada Arena, está causando reboliço na política e impacto nas redes
sociais. A Aliança Renovadora Nacional está sendo articulada por jovens e
deverá ser refundada.
Como sabemos a
Arena – o partido – foi criado para dar sustentação política a ditadura instalada
no Brasil em 1964. Como os ditadores eram “democratas e bonzinhos” também
fundaram, ou deixaram fundar, um partido de oposição o MDB sucedido pelo PMDB.
Aliás, tem um cidadão gaúcho há quase três décadas no senado que sempre se
reporta ao PMDB como o velho MDB. Mas isso é outra história...
O fato é que a
Arena – o partido – está voltando.
Uma jovem de
Caxias do Sul – Cibele Baginski – está nessa organização. Bem articulada,
conservadora e de direita. Usa piercing e tem os cabelos pintados. E o estilo debochado
e irônico dos adolescentes. Ou seja, tem o perfil da direita (rsrs).
No vídeo no YouTube
faz um pronunciamento em um banco da praça com uma cuia de chimarrão na mão –
uma guria que cultua as tradições – e ali num vídeo improvisado e não oficial
desanca o pau nas esquerdas e comunistas em geral. “A gente está de saco cheio
de comunistas e esquerdistas enchendo o nosso saco”.
Ato contínuo, no
Facebook houve a contrapartida com a convocação de uma manifestação na Esquina Democrática
em Porto Alegre
contra a refundação da Arena, o partido.
A constituição
garante a livre organização de associações, partidos e sindicatos então, as
pessoas que estão reorganizando a Arena estão no seu direito. Eu,
particularmente, não dou a mínima para a refundação da Arena, me coloco
contrário a sua ideologia. Aliás, não tenho nada contra e muito menos a favor
da refundação da Arena. Acho que é um partido natimorto. Mas se conseguirem
fundar, eu penso que é benéfico para a política. Hoje os políticos de direita estão
camuflados em partidos ditos democratas e populares e, inclusive, assediados
por outros partidos ditos de esquerdas e socialistas. Haja vista os apoios de
Ana Amélia aos comunistas em
Porto Alegre e Paulo Maluf ao PT em São Paulo. E essas duas
pessoas são oriundas da Arena. Com a refundação da Arena saberemos onde está a
direita. Mesmo que sejam os filhotes dos filhotes daqueles que estavam de mãos dadas
com os militares dizendo amem e sim senhor para tudo.
Assim, a Arena –
o partido – congregará os conservadores, nacionalistas, direitistas,
integralistas e preconceituosos em geral numa mesma sigla. E quem apertar a mão
do “Maluf de plantão” deles, selando uma aliança, saberá com quem está lidando.
Ironicamente em
2013 teremos várias Arenas – estádios – pelo Brasil e uma Arena – o partido – para
demarcar a direita. Então, concluo que Arena e futebol nunca estiveram
separados. “Todos juntos vamos pra frente Brasil. Salve a seleção”.
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