sábado, 12 de abril de 2008

A trégua

São tantos os reveses políticos e com a iminência de mais uma pizza a ser servida para o povo com os mesmos temperos de sempre, que deveríamos pedir uma trégua.
Uma trégua para a corrupção, para a impunidade, uma trégua para os cartões corporativos e para as falcatruas federais. Pararmos por alguns momentos para uma reflexão coletiva.
Talvez seja essa a solução imediata para a atual crise política: uma trégua. Um basta, mesmo que seja momentâneo. Mas também podemos fazer uma trégua literária. Um gênero romântico de trégua. Mais simples e prazerosa, cuja única semelhança com as pizzas de Brasília é a ficção.
A trégua romance do escritor uruguaio Mario Benedetti editado pela Alfaguara.
Primeiramente o romance foi publicado em 1960. Escrito em formato de diário é um livro envolvente e surpreendente que prende a atenção do leitor. Capta a vida em toda sua pureza. Nas relações familiares e com os colegas de trabalho. É sensível, irônico e com doses homeopáticas de humor. Um livro humano, no sentido mais simples e singelo da palavra.
O personagem Martin Santomé redescobre o amor após uma viuvez de mais de 20 anos. Laura Avellaneda é a jovem que trará uma nova vida para Martin.
Uma trégua para o amor. Quando a desesperança com uma iminente aposentadoria acontece a descoberta do amor. Martin percebe que poderá ser feliz. E no dia 23 de setembro Martin escreve sete vezes a em seu diário: Meu Deus.
Por quê? O leitor terá que abrir o livro.
A trégua romance uruguaio e uma das melhores narrativas latino-americanas. Boa leitura.

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