domingo, 22 de novembro de 2015

Macaquinhos... o furo é mais embaixo



Athos Ronaldo Miralha da Cunha

Eu titubeei em comentar sobre Macaquinhos. A performance sobre a exploração anal.
A minha capacidade de avaliar uma obra de arte não vai muito além do “bonitinho”, “legal”, “gostei” e “não gostei”. Sobre Macaquinhos posso dizer que não assistiria ao espetáculo. Estou muito aquém de ser plateia e a tal representação está muito além das minhas possibilidades de divagação. Um bando de adultos enfiando o dedo um no cu do outro não está no horizonte utópico de uma atividade cultural.
Segundo os atores de Macaquinhos a ideia é mostrar o desequilíbrio social entre as nações do hemisfério sul, representado pelo ânus, e os emergentes (sic). Diria que é uma análise com muita profundidade. Mas também poderia ser uma relação entre povo e governo nessas mesmas nações do hemisfério sul. E adivinha quem entraria com o dedo?
Eu daria um dedo da mão para ver na plateia o Bolsonaro, Eduardo Cunha e o Feliciano. Aí seria diversão na certa.
Enfim, acho que a questão não deve ser centrada no ânus e, sim, no dedo.  Nessa performance vemos a utilidade do dedo. E isso o Gaúcho da Fronteira já cantou no século passado. Quer dizer, na exploração do dedo, Macaquinhos está atrasado em relação ao cantor gaudério.

sábado, 7 de novembro de 2015

Vamos falar sobre fair play



Athos Ronaldo Miralha da Cunha

No jogo de hoje no Beira-Rio o pessoal da Ponte Preta se encheu de razão e reclamou a falta de fair play por parte dos jogadores do Inter. E essa falta de jogo limpo resultou no gol da vitória. E as reclamações se estenderam para fora das quatro linhas. Um alvoroço. Vi várias vezes o lance. Aparentemente há motivos para a polêmica. Mas existe fair play e fair play. Aliás, se formos analisar a fundo uma partida o jogo limpo é o que mais faz falta. [Não sei se fui feliz no trocadilho].
No Brasil até no jogo limpo a gente dá um jeitinho. A nossa malandragem está enraizada em todos os segmentos. Os bacanas estão em assembleia permanente. No futebol, então, nem se fala. Vamos combinar que dentro das quatro linhas não existe anjos. Muito menos nos vestiários.
Faltando poucos minutos para o término do jogo o atleta se atira no chão e provoca um fair play. A bola é jogada para fora pelo próprio companheiro para atender o jogador caído.
Essa falta de fair play para provocar um fair play para atrasar o jogo ninguém contesta? Afinal, a regra é clara. E o jeitinho foi dado. E toda a Ponte Preta e Travessas, Pinguelas e Viadutos Pretos ficam sensibilizados com os reclames da Ponte. sqn.
Minutos antes desse lance, tão contestado pelos ponte-pretanos, um atleta da Ponte cai fora do gramado e rola para dentro do campo para provocar uma parada no jogo. Acho que está na regra. Ninguém sequer teceu um comentário.
Um jogo em que ninguém merecia a vitória o destino conspirou a favor do Inter e puniu um (fair play)-1 com um gol. Então, ainda vamos falar sobre fair play?
Quantas vezes vemos um atleta se atirar no campo momentos antes de ser substituído. Isso é jogo limpo? E isso não vale só para o jogo de hoje, vale para todas as séries desse inoxidável brasileirão.
No jogo de hoje o Inter venceu e ainda está no páreo com um gol [in]contestável. É por isso que o futebol é apaixonante. A lógica é subvertida seguidamente, salvo se tiver em campo um certo time de São Paulo. Bueno, aí é outra história. Porque nesse caso o quadrado da hipotenusa nem sempre é igual a soma dos quadrados dos catetos.