sexta-feira, 30 de outubro de 2020

O meu tocaio de nascimento

Athos Ronaldo Miralha da Cunha


A Argentina merece umas reflexões que os brasileiros – por conta de uma rixa fabricada – teimam em não fazer. E são muitas.

Admiro aquele estilo “sangue nos olhos”, acho que minhas origens castelhanas trazem um pouco desse sangue. Mas o fato é que a Argentina produziu expoentes máximos nos seus respectivos campos de atuação. Gostaria de citar algumas personalidades argentinas que são extremamente populares na América Latina e, porque não dizer, no mundo. Mercedes Sosa, Evita Peron, Jorge Luis Borges, Ernesto Guevara, Jorge Mario Bergoglio Sívori e, logicamente, Diego Armando Maradona. Pessoas reconhecidas por seu talento e trajetórias contundentes. Respeitando o momento histórico em que cada um viveu ou vive. Esse hermanos foram – e são – sumidades nas suas áreas de atuação. Guardadas as contradições, todos admiráveis.

Mas Dieguito foi o cara que jogou uma bola, pra lá de redonda, quando eu era um torcedor do futebol arte. E era fã do Tele Santana.

O talento para o futebol é para poucos. E Maradona jogava como poucos.

Muitos anos após, descobri que Maradona nasceu no mesmo dia, mês e ano que eu: 30.10.1960. Costumo brincar que Maradona é meu tocaio de nascimento.

Nesse caso: tamo junto no 6.0 nesse 30 de outubro.

Já admirava antes, mas consolidei minha opinião – talvez por essa coincidência – de que Dieguito é o maior atleta de futebol de todos os tempos. Sei que é difícil para os cronistas esportivos brasileiros lerem uma quebra de paradigma, porque, nesse caso, os brasileiros têm uma cláusula pétrea para o melhor do mundo. Intocável, indiscutível, insuperável, inigualável... mas as cláusulas pétreas foram feitas para serem revistas. E, também, depende dos parâmetros de julgamento. Nos meus critérios de avaliação para eleger o melhor atleta de todos os tempos eu considero o talento com a bola, dedicação, inteligência e consciência política [rs]. O taura tem que ser craque também fora dos gramados.

Então, nos meus critérios Diego Armando Maradona é o melhor de todos os tempos. E nesse dia eu abrirei um Malbec argentino para comemorar essas seis décadas.

 

Ah! Nesse dia trinta também fazem aniversário a cidade de Dom Pedrito e Fiodor Dostoievski.

sexta-feira, 9 de outubro de 2020

A mosca na cabeça do vice

Athos Ronaldo Miralha da Cunha

Dizem as más línguas que o primeiro debate entre os dois “casabrancáveis” dos EEUUAA foi um horror. Biden e Trump não souberam manter o nível da discussão. Rolou até um filho drogadito... não assisti, mas li as reportagens a respeito.

Também não assisti – sou um colonizado rebelde – o debate entre os vices. Os noticiários avisam que foi um pouco mais civilizado. Mas quem roubou a cena foi uma mosca.

Uma mosca?  Oh! Yes!

Uma desavisada mosca pousou nos cabelos de Mike Pence, o vice de Trump. Uma mosca roubando a cena de políticos não deixa de ser estranho.

No futuro poucos recordarão do que foi debatido e as divergências de cada conteúdo, mas lembrarão que havia uma mosca na cabeça do candidato. O debate da mosca.

Imagino que a Kamala Harris – vice de Biden – deve ter ficado com a pulga atrás da orelha.

Nestes tempos de eleições para prefeito e vereadores a mosca que sobressai é a mosca azul. E quando o fulano é picado pela mosca azul? Se não fizer uma avaliação com os pés no chão, a tragédia eleitoral é anunciada. E não tem “Eu avisei”, a mosca azul deixa o cara ávido pela disputa.

O fulano picado pela mosca azul pode se tornar um moscão, por mais que o pretendente ao cargo passe a, virtualmente, distribuir afetuosos abraços, simpáticos sorrisos e tapinhas nas costas. A mosca azul é a mais cruel das moscas. E o moscão o pior dos candidatos.

Vencida a fase da mosca azul, começa a campanha e o candidato vai encontrar outra mosca. A mosca na sopa. Mas é uma mosca colocada na sopa por outros que também foram picados pela mosca azul. Vence quem colocar mais moscas na sopa do adversário. E viva o mosquedo.

Bueno, devemos concluir que a mosca preta na cabeça branca de Pence é o menor dos problemas de um candidato. Vamos encarar como um ornamento ecológico. Só espero que no próximo debate entre Biden e Trump eles não soltem os cachorros.

E nós aqui nesta querência periférica deveríamos ter direito ao voto na eleição presidencial do Grande Irmão. Desde já abro o voto no JB. Que aqui quer dizer Joe Biden, talkei?

Enfim, depois de toda essa campanha, aqui e acolá, o vencedor da eleição será o candidato que acertar... Na mosca!

E aí não tem jeito. Vai ter que governar com a moscaria toda.
Bzzzzzzzzzzzzzz...