quarta-feira, 13 de março de 2013

A utilidade do dedo



Athos Ronaldo Miralha da cunha

Um dos cantores mais populares do estado, Gaúcho da Fronteira, compôs a música “Utilidade do dedo”. “Sei até que certa gente / Tá pensando maldade / Só porque eu falo do dedo / E da sua utilidade”. Esses são uns versos da música que tratam da serventia do dedo.
Pelos dedos demostramos nossos mais variados talentos. Há pessoas com aptidão para tocar pianos nos concertos e outras com qualidades para “tocar piano” nas votações no Congresso. E, assim, demonstram a utilidade dos dedos. Num passado nem tão remoto os dedos-duros apontavam e delatavam quem pensava diferente. Com os dedos elevamos a chibata que arranca segredos. Com os dedos puxamos o gatilho que alvejam inocentes. Alguns dedos contam muitos dólares e muitos dedos contam migalhas.
Com os dedos seguramos a pena que rascunha sonetos ou dedilhamos frases de um desaforado texto.
Aperta os cinco diz o guasca ao amigo que chega. Com o polegar pra cima sorrimos um tudo bem. Com o dedo médio mandamos um desafeto para o além. Mas com os dedos acendemos a pira da paz e as velas que professam a fé.
Ah! Com o dedo marcamos o ponto digital. Bom... não é bem assim. Temos outra utilidade do dedo. A tecnologia avança juntamente com a esperteza e o dedo humano perde o lugar para o dedo de plástico.  Uma médica de Ferraz de Vasconcelos (SP) foi flagrada com seis dedos de silicone – uma espécie de polidactilia sintética –, mas que proporcionava o acesso ao trabalho de colegas ausentes. Com os quirodáctilos a doutora assinava o ponto digital. Essa, sim, sabe a utilidade do dedo. Mas acredito que ela sentirá a utilidade de um pé. Um pé no traseiro para o bem do serviço público.
Voltando aos dedos de carne e osso, sorte a nossa – humanos – que temos os dedos para as mais diversas utilidades – mesmo que seja para tocar pianos e fraudar pontos eletrônicos –, mas devemos agradecer muito ao polegar opositor, pois sem ele poucas utilidades teriam os demais dedos.
Então, polegar para cima, gurizada.
Enfim, vou ficando por aqui, pois, logo mais tenho uma consulta com o proctologista. E, possivelmente, continuarei pensando nas diversas utilidades do dedo. Sem segunda opinião, bem entendido?

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