Athos Ronaldo Miralha da Cunha
A vaca foi para o brejo. Essa é a premissa para ilustrar uma desilusão. Uma perda. Ou simplesmente expressar espanto diante de um infortúnio.
Por vezes a desilusão é muito intensa e o vivente sente-se compelido em acompanhar a vaca na sua trajetória.
A vaca foi para o brejo quando Messi tocou por cima do goleiro do Santos e abriu a enxurrada de gols. Também foi para o brejo quando kidiaba dançou aquela máscula dancinha comemorando o gol do Mazembe. Para os que se autoproclamam “imortais” e fazem uma suspeita avalanche em cada gol, cabe saber se segunda divisão está localizada no brejo ou nas cercanias. Mas isso é assunto para os especialistas. E, assim, no futebol a vaca vai para o brejo para uns e ao paraíso para outros. Nesse caso paraíso e brejo fazem uma disputa muito animal.
A política é um dos setores que mais contribui para o brejo. O lodaçal da política é muito concorrido. Haja brejo para tanta vaca! Manadas de vacas é a síntese dessa trilha do brejo.
Nas eleições presidenciais de 2010 após aquela alaúza toda por uma simples bolinha de papel a vaca mugiu para o Serra. E quando o candidato tentou um tiro de laço para trazê-la de volta, era tarde demais. O animal já estava fechando a cancela do brejo.
Acabou no brejo quando o ministro falou “nem a bala” e ficou no atoleiro quando disse “eu te amo, presidente”. Nesse instante todos já sabiam qual o destino da vaca do ministro. Sabemos que a batata assa momentos antes de a vaca tomar o rumo do brejo, no caso do ministro, não chegou sequer ficar dourada. Nesse caso a vaca da opinião pública estava em verdejantes pastagens.
Outro indício de vaca e brejo nos ministérios é quando o ministro fala: eu posso explicar. No máximo a batata doura antes de a vaca tomar o rumo do brejo. Vai para o brejo ruminado por mais uma queda.
No atual momento do Brasil são tantas a situações que o brejo deve estar com uma manada de vacas. Logo teremos que construir brejos sustentáveis para abrigar tamanha quantidade de gado vacum.
Uma questão a ser verificada é se a vaca voltar do brejo.
Seria o caminho da vaca um caminho sem volta? Penso que não. A vaca poderá voltar das mais variadas maneiras. Fazendo embaixadinhas com novas vitórias do Internacional em um próximo mundial FIFA. Com um cabelo moicano se o Neymar amadurecer numa improvável decisão com o Barcelona num futuro imediato. A vaca poderá voltar do brejo em forma de justiça. Colocando corruptos e meliantes na cadeia.
No entanto, se a vaca voltar do brejo cheia de pulseiras, anéis, colares de vários tipos, brincos e com uma exagerada maquiagem, ela será uma vaca-perua recém chegada e senhora de si. E se a vaca expuser um diploma de doutorado, temos que redobrar os cuidados. Tranquem as portas das universidades, pois ela poderá acabar em uma banca de avaliação. Ou pior, dando aulas na instituição.
Enfim, um dado é certo, quando uma vaca vai para o brejo outra encontra um imenso pastiçal.
Um comentário:
Athos meu caro, como vais?
A cousa boa que eu faço é ler e me divertir lendo.
Sempre anoto uma ou outra sugestão dos amigos. Tem coisa na lista que saiu de teus achados.
Bueno. Desejo também para ti um bom ano de trabalhos e leituras.
Um abraço
Guina
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