Athos Ronaldo Miralha da Cunha
Essa afirmação – estilo vai ou racha – de Marta
Suplicy me deixou encafifado. Vem carregada de fatalismo, diria mais, com algum
viés de ressentimento e vingança. Guardadas as mágoas e as quizilas – como diria
o Olívio –, Marta tem um histórico e bagagem para tecer críticas ao Partido dos
Trabalhadores. Uma dinossauro sabe o que aflige e o que importa. Conhece as
engrenagens da política interna partidária e sabe onde aperta o calo. O interessante
é a maneira, o momento, o estilo... a veemência: “O PT muda ou acaba”. É taxativo,
avassalador.
Em todos esses anos o partido foi motivo de muitas desilusões.
Os sonhadores que acreditaram que a política poderia ser feita com seriedade, também
mudaram, porque diante de todos esses desmandos já não enxergam a política da
mesma forma. O principal partido de massa do Brasil ascendeu ao poder com a
bandeira da ética, da honestidade e de uma nova maneira de fazer política. Transformações
sociais e um novo jeito de gerir a máquina pública sem a corrupção dos governos
anteriores. Alguém aí lembrou do imposto sobre grandes fortunas? Esse era o PT.
Naquela eleição em que a esperança venceu o medo os
brasileiros ansiavam por reformas. Àquelas de base que derrubou Jango. Quando a
Marta Suplicy fala em “O PT muda ou acaba” causa um estranhamento, pois eu
diria que o PT já mudou e faz algum tempo.

Mas na conjuntura atual eu sou cético. Muito cético,
não acredito num retorno às origens, pelo contrário, o PT encaminha-se para uma
completa peemedebização. O Partido dos Trabalhadores não mudou, se igualou aos
demais. Infelizmente. “Nada do que foi será.”
ps
O texto faz uma análise macro do PT e da política.
É claro que tem gente série no partido e na
política, certo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário