sexta-feira, 22 de julho de 2016

Hospedagem no Rio olímpico



Athos Ronaldo Miralha da Cunha

As minhas malas estão, praticamente, prontas, as modalidades escolhidas e os ingressos comprados. Pretendo assistir alguns jogos nas olimpíadas, uma oportunidade única, pois se houver outra olimpíada no Rio de Janeiro, já estarei em outra dimensão. Por enquanto vamos acompanhando os noticiários acerca da segurança e da Zica, os maiores adversários do Brasil nesses jogos olímpicos.
Mas as surpresas podem acontecer antes mesmo do desembarque no Galeão e de trafegar pela Linha Vermelha ou Amarela. Nessa semana recebi uma ligação – muito estranha – do hotel onde reservei as oito diárias no Rio de Janeiro. Perguntou, o atendente, se eu desejava cancelar a minha hospedagem no período das Olimpíadas.
Como assim, cancelar? Respondi que não tinha intenção de cancelar, afirmei que já estava de malas prontas tudo organizado – férias marcadas com muita antecedência – para viajar e não entendia essa solicitação do hotel.
O rapaz insistiu dizendo que várias pessoas estavam cancelando as reservas.
– O senhor sebe como é, né. O povo anda meio receoso – falou com um timbre grave de voz. Algo assustador. A impressão que eu tinha era que o recepcionista estava bem perturbado.
Continuei afirmando que minhas reservas eram titularíssimas. Nada me atrapalharia a hospedagem. Eu iria ao Rio assistir aos jogos olímpicos.
Mas o carioca era insistente.
– Bueno, senhor, todos os hóspedes estão cancelando as reservas e nós estamos sugerindo que o senhor faça o mesmo. [Tudo bem, o carioca não disse bueno, é por minha conta].
– O senhor poderia me dizer qual o motivo de tantos cancelamentos, justamente no período mais concorrido?
– É que nesse hotel estará hospedada a delegação da França... eu, inclusive estou cumprindo aviso prévio e vou deitar o cabelo.
– Mermão, cancela.

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