quarta-feira, 14 de maio de 2008

Beira-Rio - 04.05.2008

Dois embates decidiram o campeonato gaúcho de futebol e o histórico dos jogos do Internacional contra o co-irmão da Serra não era nada favorável.
Uma falha do atleta símbolo dos títulos internacionais do Internacional, Fernadão, faltando dez segundos para o término do jogo em Caxias, dera vantagem ao Juventude. E para a decisão do dia quatro de maio no Beira-Rio os pressentimentos dos colorados eram escabrosos.
Num primeiro momento, lamentamos, mas se formos racionalizar veremos que a expectativa da final havia sido alterada. Algo como cutucar a onça com vara curta.
Com a vitória, o alviverde de Caxias do Sul passou a ostentar o favoritismo e para muitos, cronistas e torcedores, o campeonato estava ganho. Novamente, a touca verde seria o principal agasalho dos colorados. Com o vexame no finalzinho do primeiro jogo, o Inter redobrou os esforços para não sofrer a quarta derrota seguida no gauchão. Podemos afirmar que o Juventude entrou em campo de salto alto e o Internacional nas pontas dos cascos.
Em função da qualidade das equipes poderíamos fazer uma análise das probabilidades ou um estudo estatístico. A conclusão mais acertada seria da improbabilidade de uma quarta vitória consecutiva do Juventude. Mas quem estava apostando nas probabilidades ou nas estatísticas se a taquicardia do torcedor não leva em consideração a lógica e tábuas matemáticas?
Então, para espanto geral da nação, o que vimos na final foi uma avalanche de gols. Um ciclone arrasador. Não recordo de ter visto algo semelhante e ao vivo em um domingo de sol. É inimaginável oito gols em uma decisão de campeonato gaúcho.
Como o futebol brasileiro é exportador de craques, nossos clubes são formados por atletas medianos e por aqueles que estão sendo repatriados, já em final de carreira. Então, um time com onze jogadores medianos e aguerridos pode ser uma equipe vitoriosa. Sem craques ou galácticos. Hoje, o Internacional é um dos poucos clubes do Brasil que possui um elenco de bons jogadores medianos.
Evidentemente, não devemos recusar um craque, mas sabemos o que acontecerá, logo ali adiante, quando um guri desponta em uma categoria de base: A Europa e uma montanha de euros o chamam.
A conquista do campeonato gaúcho de 2008 lavou a alma dos colorados urbanos e a égua dos colorados campeiros. Foi um final de domingo memorável.
Enfim, apenas um dado não estava conforme naquela tarde de domingo 04 de maio de 2008: A decisão não era Gre-Nal. Seria demais para um coração vermelho.

Nenhum comentário: