quinta-feira, 14 de maio de 2009

As eleições e a greve

Recentemente foi eleita a nova direção da Apcef – Associação de Pessoal da Caixa Econômica Federal – embora uma associação, traz no seu bojo um histórico de lutas pela categoria desde os tempos em que os bancários da Caixa eram economiários. A Apcef foi o sindicato de quem não podia ser sindicalizado. Hoje, é uma associação, mas com uma forte inserção na luta, com a compreensão de que não substituirá o sindicato, mas estará conjuntamente lutando pelos direitos da categoria.
No processo eleitoral concorreram duas chapas. E como não poderia ser diferente, as divergências políticas foram acentuadas. A chapa vitoriosa, liderada pela companheira Célia Zingler, tinha explícita, em seu programa de gestão, o resgate da vocação de lutas da associação. A Apcef tem um patrimônio invejável nas colônias de férias. E é atribuição administrar esse patrimônio com parcimônia e transparência para oferecer conforto e lazer para seus associados. E ambas as chapas tinham o incremento do lazer para seus associados. Mas Célia e demais companheiros do programa “Somar” propuseram o avanço da associação no que tange os interesses políticos da categoria bancária. E essa chapa foi vitoriosa.
Esse recado veio da base dessa categoria que necessita respostas das direções dos sindicatos. O sindicalismo está arrefecido, mas há uma vontade de luta que transcende o nosso pacato imaginário. Há vontade nessa base, ela precisa ser provocada.
A greve dos bancários das carreiras profissionais da Caixa – engenheiros, arquitetos e advogados – também propõe um debate profícuo. Alguns paradigmas foram quebrados: a greve foi organizada nos grupos na internet e fora da data base da categoria – que seria traumático em outros tempos. E num primeiro momento, à revelia das direções do sindicato. Essa reflexão deve ser feita. As greves que virão não serão mais as mesmas. Urge que busquemos novas estratégias para o movimento, inclusive para buscar colegas que ainda não estão convencidos que a luta é dos bancários e também que as direções não são onipresentes e nem onipotentes e, sim, devem traduzir os mais puros anseios da categoria.
As eleições na Apcef e a greve na Caixa são exemplos de que a categoria precisa de novos horizontes para continuar lutando por uma empresa pública e digna de trabalhar.

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