domingo, 10 de maio de 2009

A porca e a Inês

A tradição política dos gaúchos faz com que cada eleição seja revigorada as esperanças de uma vida melhor. Uma atuação política voltada para os interesses do bem da comunidade. A política está entranhada nas nossas veias farrapas – maragatas ou chimangas. Mexe com as nossas emoções e paixão partidária. Tudo bem... mexia. As eleições do ano que vem – principalmente a de governador do Estado – trará temperos novos no panorama gaudério.
As últimas notícias protagonizadas pelas hostes petistas dão conta de uma inusitada e desconfortável aliança entre PMDB e PT. A bem da verdade, articulada pelos caciques de Brasília. Uma coligação desse porte seria algo como Honório Lemes e Flores da Cunha chimarreando tranquilamente e um capão de mato na pampa conversando abobrinhas numa primavera da década de 20. Ou um gaúcho fardado de Inter, dos pés à cabeça, ser ovacionado quando estiver no meio da Alma Castelhana. Eu não vejo grandes problemas nessa coligação. Alguém acredita em duende?
Se o palanque de Maria do Rosário esteve desfalcado por conta de uma disputa interna do partido, imaginem um palanque com o PMDB na cabeça de chapa apoiado pelo PT. Acho que será a desconstituição do PT como partido de massa, transformador e depositário das esperanças de um povo. Quando o PT estiver no mesmo palanque do PMDB estará se igualando na prática. Cairá por terra, em definitivo, o PT dos sonhos juvenis de uma geração que votou num metalúrgico para presidente. Aí sim, teremos o pragmatismo em sua essência e na enésima potência. Não haverá motivos para encontros, congressos ou prévias. Basta um encontro de meia dúzia de iluminados e decidir. Aliás, prática corrente em todos os partidos tradicionais.
Muitos históricos militantes do PMDB fazem referência ao velho MDB e dentro em breve serão honoráveis petistas fazendo saudações ao velho PT.
A minha dúvida é saber o que falta para o PT tornar-se um partido tradicional. Se já não é em sua plenitude.
Segundo notícias veiculadas na imprensa, o Planalto já enviou um recado para o PMDB dizendo que tem simpatias pela candidatura de Germano Rigotto. Aí é que a porca torce o rabo. Quem será o vice do “companheiro” Rigotto? Tarso? Raul? Koutzii? Olívio?
Quem terá a cara-de-pau de ir para a TV explicar que não era bem assim quando o PT criticava as privatizações do governo Brito? Afinal de contas, o PT mandou, ou não, a Ford embora como afirmavam Mendes Ribeiro e Cia?
Se o calendário aprovado pelo Diretório Nacional do PT for mantido e só em fevereiro entrar na disputa, a porca torce o rabo hoje e no ano que vem a Inês é morta.
A propósito, PT e PMDB promoverão risotos para festejar Rigotto governador. Quem viver verá?

Um comentário:

Aguinaldo Medici Severino disse...

olá athos, como vais?
a única hora em que você pode confiar em uma coisa que os altos dirigentes petistas dizem é quando eles dizem "não".
os altos dirigentes petistas de poa já disseram que não vão aceitar serem vices de ningúem (mas que seus pares do resto do país vão comprar o apoio do pmdb sem medo e sem temor, lá isto vão).
belo texto.
abraços