sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Que loucura Jorge!!


O encontro foi casual.
Num dia de chuva Mário oferece abrigo em seu guarda-chuva para a linda Iracema atravessar a rua.
Debaixo da marquise Iracema estava sorridente e simpática. Mas tudo ficou no “muito obrigado” e no “agradeço sua gentileza”.
Mario ficou abobado pelos lábios carnudos de Iracema e o seu alvo sorriso.
Mario passou a tarde pensando em Iracema numa desilusão de dar dó. Conformado, pois dificilmente a encontraria outra vez. Mas a ironia do destino ainda estava para pregar mais uma peça. Dois dias após, Mario estava numa fila para assistir ao show de uma banda gaúcha no Gigantinho. Caminha lentamente para entrar no ginásio quando de repente vira-se. Quem estava ali ao seu lado? Ela mesma, a deslumbrante Iracema.
– Você não á a moça da chuva, ou melhor, a moça que se abrigou em meu guarda-chuva?
– Isso mesmo! Estou lembrando, você... veja como é o destino. Muita gentileza sua.
Ficaram juntos e se divertiram assistindo ao espetáculo dos roqueiros. Pularam e cantaram durante duas horas. Ao final, Mario convida Iracema para irem a um bar. Na mesa do bar a conversa fluía solta. Iracema ria das frases de efeito de Mario. Mario ria do sorriso de Iracema.
Naquela mesma noite foram para o apartamento de Iracema. Ao som de Martinho da Vila.
//É devagar. É devagar. É devagar. É devagar. Devagarinho//.
À meia-luz, começaram a dançar no meio da sala. O primeiro beijo foi o sinal. Mario colocou a mão por dentro da calça jeans de Iracema e acariciou seu ventre. Em instantes estavam rolando abraçados pelo chão aos beijos e gemidos. Quando ambos estavam despidos, Iracema pára e faz uma indagação.
– Marinho! Posso te chamar de Jorge?
– Jorge? Meu nome é Mario.
– Sabe o que é Marinho, eu fico muito excitada falando o nome de Jorge quando estou transando. Não é nada com você é que Jorge me deixa louca. Eu falo Jorge o tempo todo e fico doida. Fico doida e faço tudo o que tu quiseres, Marinho.
– Então tudo bem.
Mario estava imaginando mil coisas com os lábios de mel de Iracema. Completamente nus no meio da sala, Iracema começou a acariciar Mario com seus lábios carnudos. Mario urrava de prazer.
– Ssilêêêênciiiooooooo vocês aí em cima – foi o berro que veio da rua.
Mario e Iracema estavam em outra dimensão e não ouviam nada além de seus gemidos de dor e excitação.
– “Ceminha” vira de costas? – Ceminha era como Mario começou a chamar Iracema.
– Viro Jorge. Vem Jorge. Que loucura Jorge!
– Hhhuuggghuuuhhuuu! Mario estava exausto e acabado.
Iracema gritava, gritava para todo prédio ouvir.
– Que loucura Jorge. Que loucura Jorge. Que loucura Jorge. Que loucura Jorge. Que louuuuccccuuuuuuuuuura Jorge.
De repente todo prédio começou a gritar e foi uma gritaria infernal e uníssona. Em ritmo de samba. /Que loucura Jorge. Que loucura Jorge. Que louuuuccccuuuuuuuuura Jorge.//
Sentado no sofá Jorge, ou melhor, Mario saboreava um cigarro. Cantarolava um samba de Adoniram Barbosa. // Iracema! Eu bem lhe dizia, cuidado atravessar a ruuua, eu falava, mas você não me escutava não. Iracema você atravessou contramão.//

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