quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Bem-vindos ao inferno

Como a literatura é divina, infernal e bonita! Nossos pensamentos vagueiam em contradições, numa dialética bicolor. A literatura é grandiosa, vasta e infinita. E, hoje, cada vez mais instantânea e virtual.
Esse livro de crônicas – cujo título homenageia a Galera no Beira-Rio , “Bem-vindos ao inferno” – tem o intuito de transformar nossa paixão pelo Internacional em uma leitura prazerosa.
Os deuses fazem literatura. Essa é a premissa. Os deuses... e os diabos. O céu e o inferno.
Os que escrevem a verdade. Escrevem certa verdade, sendo deuses ou diabos. Estando no céu ou no inferno. São os paradigmas de quem tem o vermelho da paixão. Assim, como os deuses escrevem? Certo e com a razão, talvez até escrevam em azul. Os diabos escrevem errado e com a emoção, talvez escrevam em vermelho.
A literatura tem os temperos do céu e do inferno. Os deuses temperam com ervas aromáticas e os diabos, com pimentão. O vermelho é “caliente”, é latino-americano. O azul é polar, é Antártida. O vermelho e o azul, essa é a bipolarização. Seu coração é livre para escolher. Mas, como resolver essa contradição, se meu coração é vermelho e a liberdade é azul?
O paraíso é azul e o inferno é vermelho? Por que é sempre assim? Quem inventou essa convenção?
Graças à literatura, nós vamos ao céu na companhia dos anjos, vamos ao inferno com os demônios. Retrucamos marmanjos que escrevem pandemônios. Vamos à praça, ao rio e ao mercado. À floresta, às profundezas dos oceanos e ao topo do mundo. A literatura nos leva aos confins do universo. Inclusive, por conta da literatura, somos “Bem-vindos ao inferno”.
Escrevemos, todos, deuses ou diabos, e queremos exprimir nossas opiniões, anseios monocromáticos e ideias vãs.
Escrevemos um texto, convictos de que são os deuses que escrevem. Mas o que é a convicção senão a maior inimiga da verdade? Já dizia Nietzsche. Então, contestamos... porque o vermelho é que nos emociona. Somos deuses ou diabos quando exaltamos nossa paixão colorada. Não nos importa se o vermelho é a cor do inferno, pois são os homens que denominam o que é deus e o que é diabo. A cor do céu e a cor do inferno. Então, simplesmente, escrevemos. E optamos pelo lugar onde queremos ser acolhidos.
Nesse “Bem-vindos ao inferno”, não desejamos o fogo ou as trevas para os leitores, apenas externamos nossa exacerbada paixão pelo clube do povo do sul do Brasil.
Sejam “Bem-vindos ao inferno!”.

Athos Ronaldo Miralha da Cunha
Santa Maria da Boca do Monte, 17 de dezembro de 2011

Um comentário:

Domingos disse...

Meu Prezado Colorado

Parabéns pelo novo livro, como faço para obter o rebento?
"O Gol Iluminado" já está em minha biblioteca.
Na ida a Feira do Livro em POA, alguma outra novidade com o tema futebol?
Saudações Fraternas

Domingos D'Angelo
bilvera.@terra.com.br