domingo, 2 de fevereiro de 2014

Aos escritores e, principalmente, aos editores gaúchos



Athos Ronaldo Miralha da Cunha

A maior parte das minhas aquisições de livros é na Cesma – Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria – ou adquiro o exemplar que está disponível ou faço encomenda via site.
Dois motivos: a Cesma é uma cooperativa e o cooperativismo é uma militância de longa data e, lógico, o preço, os associados da Cesma adquirem livros com 20% de desconto. Mas vamos ao causo...
As últimas seis encomendas que fiz foram nos últimos dois meses. Mas uma encomenda efetuada em 29.12.2013, até o presente momento, sábado passado, não tinha chegado e outras que fiz a posteriori já estavam à disposição. Inclusive a “Década perdida” chegou num piscar d’olhos (rs).
Então, fui conversar com o Telcio, o gerente, sobre a tal encomenda – A condição indestrutível de ter sido, livro de Helena Terra editado pela Dublinense – aí vem a surpresa. Todos os demais livros encomendados eram de editoras do centro do país e com livros em distribuidoras. No caso desse livro, a editora Dublinense não coloca em distribuidora, mas não é privilegio só da Dublinense, a maioria das editoras do Rio Grande do Sul [leia-se Porto Alegre] os livros não estão disponíveis em distribuidora, assim, para conseguir o livro tem que esperar fazer um volume razoável para encomendar diretamente na editora. Como alguns títulos já estão na casa, o meu pedido fica aguardando mais encomendas de leitores interessados nos livros da Dublinense.
Assim, cabe uma reflexão, os autores editados no centro do país, além de ter uma grande editora, tem melhor distribuição, inclusive no Rio Grande do Sul com relação aos autores gaúchos. Não quero propor uma reserva de mercado para autores gaúchos, mas cabe uma reunião entre os editores guascas para tentar espraiar melhor os livros no Rio Grande do Sul. A impressão que tenho é que Porto Alegre fica ensimesmada no seu mundinho metropolitano e fica de costas para o estado. Eu, particularmente, sou leitor de autores latino-americanos e gosto de ler o que a gauchada anda escrevendo, mas cabe uma melhor distribuição de autores gaúchos para os gaúchos, caso contrário vamos ler os autores que têm melhores níveis de distribuição. Aí as prateleiras ficam infestadas de Paulo Coelho e afins e; logicamente, excelentes autores nacionais e internacionais.
Senhores editores da literatura guasca, reúnam-se num almoço no Chalé da Praça XV e iniciem uma discussão sobre esse assunto. O Rio Grande do Sul não é só Porto Alegre.

3 comentários:

Bípede Falante disse...

Olá :) Sou a Helena Terra e assino embaixo de cada palavra sua. Estamos ilhados e desamparados, inclusive por nós mesmos. Para conseguir vender fora daqui é preciso muito empenho pessoal: leia-se, boa vontade para ligar para livrarias no RJ, SP, Salvador etc. e falar sobre o próprio livro. Dá um cansaço danado. Eu uso a internet e o facebook para divulgar o A Condição Indestrutível de Ter Sido. Sigo meu instinto porque não recebo nenhuma orientação, mas funciona um bocado. Vou levar seu artigo para o meu mural e chamar a gauchada que escreve para conversar. Beijo. Helena Terra

Athos Ronaldo Miralha da Cunha disse...

Legal esse teu comentário, acho importante os escritores tomarem essa dianteira.
Se quem tem uma editora passa por dificuldades de divulgação e distribuição, imagina as produções independentes.
Mas é um bom começo discutirmos essa melhor distribuição dos autores gaúchos. Abraços.

Antiguidade Ocidental disse...

Nem vou entrar no mérito se é justo ou correto o escritor ter de ser o vendedor, o divulgador, o contador e o comunicador social da sua obra artística (e não raras vezes também da editora)... Sim, o texto literário é uma obra artística e os artistas costumam não ser bons vendedores. Da minha parte, por absoluta falta de talento para o marketing, desisti das publicações por editoras. Só participo de concursos literários e, se ganho, o problema de imprimir e vender (ou distribuir) é de quem promoveu o certame. Abraços!