quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Vai ter copa



Athos Ronaldo Miralha da Cunha

Os brasileiros estão envolvidos com a Copa, desde o voluntário que busca uma boquinha para ser parte da história ao mais influente empresário piscando cifrões com as obras. Estádios novos e padrão FIFA, aeroportos... nem tanto, digamos, padrão CBF. E as obras de infraestrutura a galope porque o tempo “ruge”.
A intensão não é fazer um comparativo de orçamentos, prazos e de onde vem – ou para onde deveria ter ido – toda a grana que envolve uma Copa do Mundo. Aliás, a Copa de 2014 está estimada R$ 28 bilhões. Os estádios estão impecáveis, o Beira-Rio foi eleito um dos cinco mais bonitos do mundo, estará pronto para recepcionar algumas das mais importantes seleções: França, Holanda e Argentina. Para os colorados, um golaço!
É público e notório, qualquer criança sabe, mas não custa lembrar: a Copa do Mundo e as Olimpíadas são realizadas a cada quatro anos. Assim, temos um grande evento do esporte mundial a cada dois anos. Esses eventos requerem orçamentos estratosféricos e, via de regra, no país sede faltam verbas para os programas sociais como a saúde e educação. África do Sul em 2010 e Brasil 2014 são bons exemplos. 
O futebol é uma unanimidade nacional. É discutido exaustivamente pela população, mas quando o assunto é educação e saúde nós não estamos envolvidos tanto quanto deveríamos e os governantes também não estão assim tão comprometidos quando o assunto é Copa X Hospitais, pois uma copa é muito mais importante e, convenhamos, não se faz uma copa construindo hospitais (sic).
As nações do mundo deveriam criar uma federação internacional da educação e um Comitê da saúde. Uma espécie de FIFA da educação e COI da saúde. Faríamos a cada quatro anos uma copa do mundo da educação e umas olimpíadas da saúde. E aí teremos um país inteiro na organização. Fiscais iriam visitar as cidades sedes, subsedes e afins. A cada quatro anos o país sede teria que construir, remodelar, modernizar as escolas e ginásios, melhorar os salários, merenda, transporte, quadra de esportes, bibliotecas etc. A Federação convocaria voluntários pra trabalhar na copa. Aí, sim, nós teríamos muito a comemorar. E se alguém propuser a construção de um estádio padrão FIFA terá uma resposta de pronto: não se faz copa da educação construindo estádios. O comprometimento com a Copa da Educação seria muito grande.

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