domingo, 21 de junho de 2015

Um copo de Brahma



Athos Ronaldo Miralha da Cunha

No meu tempo de frequentador assíduo dos bares – coisa de séculos atrás – a gente pedia a cerveja pela marca. – Salta uma Brahma!
Não descia redondo, mas era a número um. Como sempre fui meio metido a besta, gostava da Brahma Extra. Era mais chique, digamos. Um algo a mais no pedido. Passava um quê de entendedor de cerveja.
Confesso que para mim, era tudo igual. Até hoje não diferencio uma “vai verão” de uma “vem inverno”. Tinha um amigo que era profundo conhecedor de cerveja e só tomava Brahma. Certa feita, eu misturei Polar na Brahma dele e ele percebeu. Me deixou de queixo caído.
Num boteco perto de onde morava o bodegueiro só vendia Brahma. E costumava dizer “Toma Brahma e não reclama”. E, um outro colega, tomava Brahma porque a Brahma não variava de padrão, era ruim sempre. Posso dizer que a Brahma, na minha juventude, formou os futuros bebedores.
No meu caso, não. Eu raramente bebo cerveja. Como estou numa fase de redução de ingestão de bebidas alcoólicas, resolvi optar pelo vinho que, moderadamente, dá mais prazer. Então, dificilmente, chegarei num bar e pedirei “Salta uma Brahma”... “Extra”. Está fora das minhas intenções. Mesmo que hoje em dia as opções tenham aumentado. Podemos chegar num local e solicitar em alto e bom som “Salta uma Devassa”. Dependendo do lugar podemos ser retirados a pontapés do estabelecimento, receber realmente uma garrafa de cerveja ou sermos abordados por um percanterio.
Hoje, o que significa Brahma? Continua sendo a número um. Há controvérsias. Ou, quem sabe, o número um. Há controvérsia?
Ficou meio complicado pedir uma Brahma.
Então, para evitar enrosco com o Moro. – Salta uma Proibida!


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