terça-feira, 6 de maio de 2008

Manifesto da chapa Ave Sonora

Buscamos no poema Ave sonora de Gilvan Retamoso Palma inspiração para propor o novo e rever conceitos. E não temos outro jeito de assumir esse compromisso. Ave sonora sintetiza a rebeldia e a contestação.
Gilvan escreveu esse poema em homenagem a Mario Quintana quando o poeta foi recusado na Academia Brasileira de Letras. Pois a academia é só mania de quem tem plata. Assim, queremos levar à categoria que se encanta com o sol-pôr e renasce nos sonhos com o sol-nascente a nossa veia inclemente de fazer sindicalismo sério, propositivo e com transparência. Pois estamos sempre à espreita dos balanços dos banqueiros e vemos que a cada ano mais plata continuam nos seus abarrotados cofres.
Estamos alerta como o quero-quero, pássaro símbolo do Rio Grande e sentinela dos pampas, porque queremos e almejamos o melhor para todos. Um Rio Grande que seja grande para o seu povo e não apenas grande para uma minoria. Ainda nos encanta essa desobediência de sonhar acordado, de ter a mão amiga e um abraço apertado. Essa alquimia que nos coloca no mesmo lado. De caminharmos sobre a relva em uma manhã de primavera ou nos aconchegarmos sobre um poncho numa tarde de inverno. Queremos um cálice de vinho tinto e um trago de pinga na campanha. É essa a nossa façanha de ver as coisas do avesso, do fim para o começo ou do jeito de cada um num arrojado desafio, mas o que importa nesse momento é que num segundo seremos mil.
Corremos de alma pura por campos e matas porque não há censura nem linha dura para essa passeata. Ave sonora, nós queremos paz, mas não a paz dos sepulcros. Queremos a paz nos estádios, nas ruas, nos centros das cidades e nas vilas populares. Queremos paz em nossos corações e em nossas atitudes. Queremos um meio para sermos inteiros em nosso assobio.
Queremos um pincel para pintarmos com aquarelas as flores do nome dela. Ou desenhar pinguelas sobre riachos cristalinos. Nós não queremos um bodoque que nos coloque com quatro velas. Nem fechar encantos com uma cancela.
Há uma razão para viver, várias para sonhar e milhares, ainda, para serem descobertas. Mas há apenas uma razão que nos diferencia: estamos sempre alerta.
Não há motivos para a demagogia, sorrisos falsos, tapinhas nas costas e hipocrisia. Nosso compromisso é com a luta, com a ética, com a coerência e exercê-la em sua enésima potência. Há um convite a ser feito aos bancários. Caminhemos juntos nessa jornada de pura alegria.
Ave sonora eu vou embora.Eu vou contigo no vôo amigo desta canção.

2 comentários:

Luzia SantAnna disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luzia SantAnna disse...

Saudades do Gilvan

Guardo com carinho um livro autografado por ele, Contra-senso II, lançado em agosto de 1984, organizado pelos estudantes do Centro de Tecnologia da UFSM.