quarta-feira, 13 de abril de 2011

Figos maduros

Athos Ronaldo Miralha da Cunha
twitter.com/athosronaldo


São diversos os motivos para se adquirir um livro. Podemos comprar, pois o autor nos agrada, um amigo leu e indicou. A promoção era imperdível. Mas, no último instante da aquisição, devemos fazer uma atenta leitura das orelhas do livro. Isso seria o mínimo antes de desembolsar a grana.

Tem livros que namoro semanas. Leio críticas na internet e busco várias opiniões. Chego em casa ávido para iniciar a leitura – com a certeza que o livro será a salvação do fim de semana – e me arrependo depois da terceira página. Mas a gente não se convence que a coisa não anda e encara mais umas páginas, a leitura se arrasta e, definitivamente, o abandonamos. Isso é muito comum nesta árdua vida de leitor. Deixamos o livro adormecer, por algum tempo, na estante para ser retomado em outro momento, talvez com outro ímpeto.

No entanto, alguns livros nos provocam uma paixão à primeira vista, um chamamento irresistível. E a aquisição se dá por impulso. É um sentimento que foge ao controle. Adoramos a capa, a diagramação, o acabamento. Até pelo título, irreverente ou estranho, se compra o livro. Olha-se o volume e fala para a atendente. – Embrulha.

E foi assim, catando, distraidamente, alguma novidade nas estantes da Cesma que me deparei com “Figos maduros”. De imediato, associei o título aos “Morangos mofados” de Caio Fernando Abreu, que li numa tarde perdida no século passado.

Manuseando o exemplar, percebi que a capa era muito criativa e a diagramação impecável. A cor das fontes também lembravam os figos maduros. Aí temos que dar os créditos para os profissionais da editora Literalis. O preço era, razoavelmente, acessível. Não tive dúvidas, adquiri o “pote” de figos. Com esses predicados julguei que deveria comprar os figos maduros, mesmo que na lembrança estivessem os morangos mofados.

E a leitura foi uma agradável surpresa. Li as crônicas de Jorge Bledow em um final de semana. São crônicas no sentido “literalis” da palavra. Relatam o sentimento do homem interiorano. O cotidiano de uma vida urbana. Um belo conjunto de textos que nos provoca reflexão e nostalgia em alguns momentos e divertimento em outros.

Enfim, ressuscitei de minha estante os “Morangos mofados” do Caio e fico no aguardo de uma nova safra de “Figos maduros”.

2 comentários:

CRÔNICAS DO BLEDOW disse...

caro Athos
Gostei muito do teu texto sobre Figos Maduros, é claro!
Espalhe por aí.
Um abraço
JOrge Bledow

CRÔNICAS DO BLEDOW disse...

caro Athos
Gostei muito do teu texto sobre Figos Maduros, é claro!
Espalhe por aí.
Um abraço
JOrge Bledow