Nos últimos anos
os craques argentinos do Internacional fizeram a festa infernal da torcida.
Atletas que
colocaram a verdadeira garra castelhana nas competições e são identificados
pela nação colorada como lutadores. Guerreiros. E, na maioria das vezes,
invocados. Mas é por essa atitude em campo que são admirados. Um estilo “não
levo desaforo para casa”.
Essa ojeriza aos
castelhanos – em particular aos argentinos – incentivada e transmitida pela
mídia formadora de opinião, não encontra eco quando o assunto é argentino
jogando no Beira-Rio.
No final do
segundo turno do Gauchão 2012 – a Taça Farroupilha – o Gre-Nal foi vencido pelo
colorado com um gol de Jésus Dátolo – um argentino bem-vindo ao inferno – e outro
de Fabrício, num escanteio cobrado por Jajá. O gol deles eu já esqueci, minha
memória anda meio titubeante, mas deve ter sido um golzinho de chiripa.
Os argentinos têm
se caracterizados como verdadeiros carrascos nos Gre-Nais. D´Alessandro e
Dátolo são os mais recentes algozes do ex-time da Azenha. Ou seria o time da
Ex-Azenha?
Nesse Gre-Nal
também foi protagonizada uma grande polêmica, por conta de um escanteio cobrado
justamente pelo Jésus Dátolo. O técnico do coirmão não gostou da maneira como o
gandula repôs a bola para cobrança. E se dirigiu de dedo em riste para o guri e
nariz empinado. O jogo virou uma pantomima. Bate-bocas e empurrões. Resultado:
o todo poderoso técnico do coirmão baixou a crista e foi expulso por conta das
trocas de gentilezas com um humilde gandula.
Nesse mesmo
domingo, a mesma polêmica no Rio. Uma bela e charmosa guria – uma loucura de
gandula – no Engenhão repôs a bola em dois segundos para a cobrança de um
lateral. O lance culminou com o gol de Loco Abreu.
Então, os
cartolas dos dois Rios – o Grande do Sul e o de Janeiro – entraram em campo e
as discussões se estenderam durante toda a semana seguinte. Num país como o
nosso, advinha em que a corda vai arrebentar? Bingo! Se você respondeu gandula.
Isso é uma prova
que os gandulas estão jogando bem. Treinam com os jogadores. Assim, para
delírio da torcida, o Inter deveria contratar a charmosa e bela gandula do Rio
– aquela loucura de gandula – para repor as bolas em jogo com mais graça, delicadeza
e vibração para a galera. No entanto, na impossibilidade da formosa do Engenhão
vir “gandular” no Beira-Rio podemos recorrer aos argentinos. Já imaginou
gandulas castelhanos repondo as bolas no escanteio?
Um gandula
castelhano naquele Gre-Nal teria dado umas bordoadas naquele cola-fina do dedo
em riste e virado herói com direito a um busto no museu do Beira-Rio.
Gandula
castelhano, já!
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