sábado, 13 de abril de 2013

Fale menos, Joaquim!



Athos Ronaldo Miralha da Cunha

Em uma partida de futebol o juiz apita bem quando não é comentado pela imprensa. O árbitro apita bem quando passa despercebido pelos fervorosos torcedores. Se a mãe do juiz passou incólume pelos dois tempos da partida, a arbitragem foi excelente.
Manter a ordem de 22 marmanjos egocêntricos correndo atrás de uma bola é uma tarefa inglória. Coloca mais cinquenta mil raivosos e fanáticos entorno e teremos os mais diversos e inomináveis xingamentos ao coitado do juiz de futebol.
Então, ser árbitro de futebol é para poucos. Uma profissão para pessoas centradas e comedidas. E altamente pacienciosas porque lidam com pavões. É só ver alguns cortes de cabelos de nossos craques.
Lula é o inverso do árbitro de futebol, enquanto presidente fazia um discurso (improviso) dia sim outro também. Embora sendo um hábil negociador não tem o perfil para árbitro de futebol. Lula tem o perfil de armador, um meia-direita de ofício... tudo bem! Meia-esquerda. Com o estilo falastrão, encerrou o mandato com elevados índices de aprovação.
Dilma é o oposto de Lula. Tem um perfil mais gerencial. Menos conversa e mais ação. Os brasileiros enxergam em Dilma uma pessoa que fala menos e trabalha mais. Se Dilma jogasse futebol seria um centromédio, um Caçapava do saudoso Inter da década de 70. Nas últimas pesquisas superou os índices de Lula em aprovação. Lula e Dilma, dois perfis diferentes e índices semelhantes de aprovação.
Então, chego ao STF.
É inegável o trabalho dos juízes do Supremo Tribunal Federal no que tange ao julgamento do Mensalão. A sociedade brasileira acompanhou atenta e aprovou a postura – clara e transparente – dos juízes condenando “Capas-Pretas” do governo. Indivíduos que ao chegarem ao governo andaram confundido as coisas. No gauchês: trocando as bolas.
Joaquim Barbosa foi o centro – e continua sendo – de muitas polêmicas e também cultivou altos índices de aprovação. Se Joaquim jogasse futebol seria um meia ciscador. Aquele que não passa a bola, mas está sempre nas graças do técnico. Acho que, se Joaquim Barbosa fosse jogador, ele teria um corte especial de cabelo e em cada jogo faria uma comemoração diferente nos gols. Ah! Seria um craque midiático.
Joaquim foi um dos juízes mais implacáveis na condenação dos corruptos. Inclusive, circulou nas mídias sociais uma “campanha” de Joaquim Barbosa para presidente do Brasil. (Deixa quieto).
Mas o ministro, ao invés de fazer o seu trabalho com denodo e dedicação, quer ir um pouco além de suas habilidades. Joaquim fala demais. O ministro deve se espelhar nos árbitros de futebol, os que apitam bem e passam despercebidos, e um pouco na presidente Dilma. Arregaçar as mangas e trabalhar. E não deixar-se picar pela mosca azul.
Se o ministro condenar corruptos já estará prestando grandes e relevantes serviços à nação.
Fale menos, Joaquim!

Um comentário:

Rejo Friedrich disse...

Dia desses me disseram que o Joaquim mandou um empresário em depoimento: "calar a boca, baixar o tom de voz e só falar quando fosse solicitado."
Pelo que sabemos ele é de origem humilde, além de se naturalmente Afrodescendente. A impressão que dá é que parece estar tentando tirar décadas de recalque agora nesses meses que devem ser o "ápice" de sua vida.