domingo, 1 de fevereiro de 2009

Às prévias

Eu sou um defensor das prévias. Acho que em uma disputa dessas – de ideias – o partido cresce. Se concretiza. Se consolida. Se pluraliza. As propostas discutidas em uma prévia aflora a vocação partidária. Assim, constrói-se o partido que queremos. Numas prévias discutimos à exaustão e os filiados tornam-se partícipes do processo na elaboração de um projeto a ser oferecido à sociedade e as demais agremiações que poderão compor uma aliança.
Nas prévias o partido e os partidários amadurecem no fazer político. As prévias tem o poder de apaixonar. Nos apaixonamos pelas propostas, pelas candidaturas, pois temos ciência do que elas representam. Nos tornamos incorporados à candidatura.
Particularmente, acho uma chatice o consenso. Um candidato de consenso. O que é o consenso, se não um acordo de caciques ou cúpulas partidárias em uma reunião-almoço?
Para o próximo período, a maior e mais importante escolha que o PT fará, será a candidatura para Presidente da República.
Até então, o partido tinha a Dilma como candidata – diga-se, uma pessoa de caráter e incansável trabalhadora –, mas o que me incomoda é o processo, a maneira da escolha. O companheiro presidente indica – A mãe do PAC – o presidente do PT diz sim, o primeiro escalão do governo, amém. Todos os demais Cargos de Confiança (cecezinhos e cecezões) concordam. A candidata dá uma repaginada na fachada e temos o tão chamado consenso.
Nós que estamos no sub-solo do partido, na periferia das hostes partidárias, vamos dizer o quê?
Comentei várias vezes com alguns amigos que a Dilma é uma boa candidata, mas o partido precisa propor e rever propostas. Temos que fazer uma avaliação dos últimos oito anos e avançar. Não me parece que desenrugar a candidata seja suficiente.
Desejo que surja outra candidatura, um candidato autêntico e sou modesto no seu perfil, pode ser até um anti-candidato, mas tem que ter pelo menos um cacoete de esquerda e que traga no seu bojo propostas transformadoras.
Até agora não citei o nome do senador Paulo Paim, e não sei e tenho dúvidas se sua candidatura terá fôlego e sustentabilidade. O candidato de meus desejos não precisa ser, necessariamente, o Paim.
Mas percebendo esse momento e a possibilidade de prévias, sinto-me renovado. A minha adormecida veia petista desperta. E fico com um pé no asfalto. Caso o consenso se concretize, tomo uma água de melissa, recolho-me a minha insignificância e às minhas mal-traçadas linhas.
Às prévias, companheiros! Tanto lá, como cá.

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