quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Marolinha ou pepinaço

Nos últimos meses o mundo foi acometido por uma crise financeira. Uma crise originária nos financiamentos habitacionais nos Estados Unidos pré-Obama, previsível, mas desdenhada pelos doutores em economia dos monetaristas internacionais.
Pelo mundo afora estão ocorrendo fechamento de postos de trabalho e flexibilização dos direitos trabalhistas. Devemos convir que a crise não foi protagonizada pelos trabalhadores em seu oficio e, sim, pela ganância desenfreada dos poderosos na ciranda financeira das verbas voláteis. Enquanto o mundo surfava na onda do desenvolvimento econômico, os grandes empresários bateram recordes em suas lucratividades. As bolsas de valores tornaram-se cassinos do enriquecimento fácil. E os governos arrecadaram impostos, como nunca, na esteira dessa orgia econômica global.
No entanto, durante a onda desenvolvimentista os trabalhadores foram poucos beneficiados. Aqui ou acolá, um abono, um pequeno ganho real a custo de muita luta. Nada mais do que um melzinho na chupeta.
Quem deve pagar essa conta? Certamente, não são os trabalhadores. Por conta dessa crise o empresariado ameaça com demissões e redução da jornada com redução de salário. Ora, os empresários decuplicaram suas fortunas. Agora, com essa terra arrasada vem propor esse acinte aos trabalhadores.
Segundo o presidente Lula, para o Brasil, a crise seria uma marolinha. Mas o que vemos é o desemprego campeando solto como um fantasma assombrando o sono das famílias brasileiras. Só no Rio Grande do Sul 7 mil trabalhadores aceitaram reduzir a carga horária e o salário. Quem bata à porta, a marolinha ou um tsunami?
A crise não é dos trabalhadores. O liberalismo a construiu e deverá desconstruir essa crise financeira global. Aliás, os sábios economistas, que decretaram o fim da história com a queda do muro de Berlim, estão buscando em Karl Marx uma solução ou uma compreensão dessa atual crise. Não é à toa que O capital é uma das obras de economia mais vendidas nos últimos meses. Seria um mea culpa dos arautos do liberalismo? Ou um reconhecimento à genialidade do velho Marx?
Enfim, se essa assombração chamada crise for essa “marolinha”, o presidente está certo, imagina o pepinaço do Obama.

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