quarta-feira, 19 de maio de 2010

A Marta trama


A Marta Suplicy é uma mulher que aprendemos a admirar por ser uma militante aguerrida contra os preconceitos. Valente ao expor seus argumentos. Claro, em outros não tão longínquos tempos.
Há alguns meses ela incluiu o “relaxa e goza” nos atrasos nos aeroportos. No horário eleitoral fez insinuações sobre vida celibatária de Gilberto Kassab.
Sua inserções na mídia dão conta de alguns deslizes nas ideias, ou um preconceito enrustido.
Recentemente, a ex-ministra e candidata ao senado por São Paulo, afirmou que Gabeira teve participação no seqüestro do embaixador americano em 1969. E que ele, Gabeira, seria o indicado para assassiná-lo. E que a imprensa tinha tratamento desigual com relação as atuações de Gabeira e Dilma na luta armada.
Todos sabemos qual foi a participação de Gabeira no sequestro do embaixador, o atual pretendente ao governo do Rio era um coadjuvante naquele episódio.
Os emails sobre a Dilma circulam pela rede, e os textos são de agressão e denigrem a imagem de Dilma Rousseff. São escritos reacionários sobre grupos de guerrilheiros que combatiam o regime militar.
Eu não vejo problema nas atuações de Dilma e Gabeira nas ações contra a ditadura. Temos que fazer uma análise dentro de uma conjuntura de exceção e censura. E de vidas vigiadas. Cárcere e tortura. Qual a opção dos que divergiam do governo militar? Assim, devo dizer, sem entrar no mérito da importância de cada um na luta armada, que o passado não condena os guerrilheiros. O problema é a ex-ministra ratificar as acusações que recaem sobre Dilma, cobrando que também recaiam sobre Gabeira. Essa é a questão. Esse o fundamento que mais uma vez nos decepciona. Mais uma vez o exercício dialético da companheira paulista deu uma escorregada.
Sobre as manifestações de Marta, Gabeira afirmou: Vou ignorar essa acusação porque já faz muitos anos que ignoro as coisas que a Marta diz.
Se a campanha ainda não começou e estamos nesse estágio de “debates”, o que nos espera no horário eleitoral?
A Marta trama? Não, acho que não. Mas e o título da crônica? O que tem a ver com o “contiúdo” como diria o velho Brizola?
Ah! “A Marta trama” é apenas um palíndromo.

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