domingo, 30 de maio de 2010

O caminho do Japão

O trabalho de Jorge Fossati é admirável. É uma pessoa vitoriosa em sua profissão. No entanto, seu estilo de armar e ver o desenrolar de um jogo não se coaduna com o futebol praticado ou exigido pela torcida brasileira, mas Fossati transmite seriedade, austeridade e tem aquela cara de vilão de comédia que, para mim, é a sua maior identidade.
O fato é que Fossati não conseguiu estruturar a equipe de forma que tranquilizasse a torcida para a competição da Libertadores, embora esteja entre os quatro melhores da América. A direção tem sua parte de responsabilidade no desempenho da equipe em 2010, que, aos trancos e barrancos –, é assim que se ganha essa competição – chegou às semi-finais.
O momento da troca era esse. Um time que almeja ser campeão da América e vislumbra o campeonato brasileiro, não pode perder um jogo que estava ganhando de dois a zero. Há algo de errado nessa postura e não é falta de experiência.
A Copa do Mundo não deixa de ser uma janela fechada para os jogadores trabalharem sem aquela cobrança incisiva da nossa provinciana e, por vezes, idiota imprensa desportiva. Haverá tempo de sobra para armar o time com esquema definido para enfrentar o São Paulo. O Inter está a um passo de mais uma decisão e, penso, a “final” dessa copa será contra o São Paulo. O Inter até pode perder a final contra os chilenos ou mexicanos, mas, sem sombra de dúvidas, o São Paulo é um time de mais tradição e mais competitivo.
O Internacional vive um momento único em sua história. Tem uma equipe com jogadores acima da média da maioria dos clubes do Brasil e não poderá desperdiçar mais esse arranjo que coloca, mais uma vez, o cavalo passando encilhado. Seja qual for o técnico, a equipe tem que estar madura e focada – o termo da moda – para mais essa epopéia de emoções. Afinal de contas, o Japão é logo ali.

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