domingo, 4 de setembro de 2011

O falso Cadafi no cadafalso

Athos Ronaldo Miralha da Cunha
twitter.com/athosronaldo

O que está ocorrendo na Líbia merece atenção política e econômica do mundo inteiro. Os desdobramentos da queda de Gadafi repercutem no quadro ideológico da região, mas muito mais na economia por conta do petróleo.
Não é fácil para Ghaddafi se desapegar do poder, afinal, são mais de quatro décadas de ditadura. No começo dos confrontos os discursos de Kadhafi, para insuflar seus seguidores, eram emblemáticos. “Nós lutaremos, nós derrotaremos esses ratos”, uma espécie de “não me deixem só” do Oriente Médio que também não deu certo, pois corre à boca pequena – e a grande também – que o Khadaffy já caiu. A dúvida dos analistas, governos, empresários e palpiteiros em geral é saber o que será da Líbia após a Era Khadafy? A incerteza é a resposta.
Para entender esse imbróglio na Líbia sobram versões e análises. A Carta Capital trata os opositores de Qadafi como “saco de gatos que inclui monarquistas, mercenários da OTAN, ex-combatentes da Al-Qaeda, socialistas e empresários”. E chama de ingenuidade dos analistas a expressão “Primavera Árabe”. No entanto, a Isto É fala em “fortes ventos de liberdade soprados pela Primavera Árabe”. E relembra a expressão “Cachorro Louco do Oriente Médio” cunhada pelo ex-presidente dos EUA Ronald Reagan. Mas temos que dar um desconto nessa divergência pela orientação política de cada semanário. Na grafia dos nomes as duas revistas também estão em desacordo. A Carta Capital escreve Kaddafi e a Isto É Kadafi. A Folha de São Paulo escreve Gaddafi. Mas há uma unanimidade: Qaddafi subiu no telhado. A Isto É vira uma Caras ao divulgar um álbum de fotos da ex-secretária de Estado americana Condoleezza Rice com declarações de amor de Kazzafi. Quem disse que os brutos não amam?
Eu cometi um erro fragoroso ao apostar que Qadhafi cairia antes de Renato Gaúcho no Grêmio e Falcão no Internacional. Isso demonstra que não devemos misturar política com futebol, ainda mais quando envolve paixões regionais e ditaduras despencando.
Quando Qadthafi for capturado, qual Qathafi irá para o cadafalso? Conforme as mais variadas formas de escrever Quathafi, a única que não constou nas minhas pesquisas na web foi, justamente, o Qudhafi que está no título. Mas foi a forma que encontrei para deixar Khaddafi num trocadilho que desce redondo ou cai redondo. Consta que existem 112 maneiras de escrever o nome do tirano. Escolha seu Ghadafi. Eu inventei o meu: Cadafi.

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