Após o término dos fóruns mundiais – o temático e o econômico –, em Porto Alegre e Davos, a conclusão que chegamos é que não temos conclusão nenhuma.
O fórum social que se contrapõem a Davos não conseguiu a plenitude na elaboração de uma agenda de esquerda para a humanidade. A esquerda nesse início de milênio ainda traz as consequências e cacoetes da queda do muro de Berlim. Faltam propostas que contemplem o meio ambiente, a democracia e Direitos Humanos numa sociedade socialista. Visto que as hoje existentes passam a lo largo do que entendemos por democracia, são reflexos da Guerra-fria e estão estagnadas numa esquerda obsoleta. Cuba é um exemplo de que falta muito a avançar para atingir nossos anseios diante de um copo de cuba libre.
Em Davos acontece algo semelhante, mas em sentido contrário. A crise do capitalismo se agrava pelo mundo afora. E não há um indicativo de resolução dessa crise via capital e muito menos pela via socialista.
Dentro de um quadro complexo de crise político, econômica e ideológica pipocam manifestações nos mais diversos cantos do planeta. A Grécia já anuncia demissões do funcionalismo público. No Egito um jogo de futebol termina com mais de 70 mortos. Na Espanha cidadãos mendigam um emprego. E no Brasil, a greve dos policiais da Bahia é tema recorrente nos noticiários por conta da violência extremada de alguns manifestantes.
No entanto, o que mais me chamou atenção foi a manifestação do grupo de mulheres da Ucrânia em Davos na Suíça. O grupo feminista ucraniano “Femen” fizeram protestos seminuas diante da sede do Fórum Econômico Mundial.
As mulheres da Ucrânia culpam o fórum de Davos pela crise econômica na Europa. Nos corpos elas pintam frases “Pobres por causa de vocês”. A marca do grupo feminista é a nudez. E não deixa de ser um protesto inteligente e pacífico. Acho que as mulheres da Ucrânia poderiam dar uma ajudinha ao CPERS nas manifestações pelo piso. Penso que seria uma bela manifestação. Teriam, desde já, meu total apoio.
As mulheres do grupo Femen não necessitam fazer uma escala na Bahia e, muito menos, os policiais em greve seguirem o exemplo de manifestações feministas ucranianas, afinal, um bando de marmanjos desnudos em Salvador não seria nada agradável e convincente.
Enfim, sindicalistas, mirem-se no exemplo daquelas mulheres da Ucrânia. Até podemos colocar o cd do Chico cantando “Mulheres de Atenas” para embalar as manifestações.
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