sábado, 20 de agosto de 2011

Às prévias, companheiros!

Athos Ronaldo Miralha da Cunha
twitter@athosronaldo

Eu sou um defensor das prévias. Acho que em uma disputa política dessas – de ideias – o partido cresce. Concretiza propostas. Consolida a militância. Pluraliza o contraditório.
As propostas discutidas em umas prévias afloram e evidenciam a vocação partidária. Assim, construímos o partido que queremos. Numas prévias discutimos à exaustão e os filiados tornam-se partícipes do processo de elaboração de um projeto a ser oferecido à sociedade e as demais forças políticas que, provavelmente, comporão uma aliança. Nos encontros os partidários discutem os acertos e erros de outras empreitadas, que é uma avaliação necessária. Nas prévias discutimos ideologia – coisa meio fora de moda nos dias atuais –, o partido cresce e se mobiliza e radicalizamos a democracia.
Nas prévias o partido e os partidários amadurecem no fazer político. As prévias têm o poder de apaixonar. Nos apaixonamos pelas propostas, pelas candidaturas, pois temos consciência do que elas representam. Nos tornamos incorporados a uma saudável utopia. O candidato se expõe internamente para os filiados e fortalecemos como alternativa de governo e... poder.
Particularmente, acho uma chatice o consenso. Um candidato de consenso não tem sabor, não tem tempero. É insosso. O que é o consenso, se não um acordo de caciques ou cúpulas partidárias em uma reunião-almoço?
O mandachuva do partido indica, o presidente do partido diz sim, a executiva, amém – se o partido estiver no governo – o primeiro escalão do governo também diz sim, sim, e sim. Todos os demais Cargos de Confiança (cecezinhos, ceces e cecezões) concordam. O candidato ou a candidata dá uma repaginada na fachada, branqueia os dentes e ensaia sorrisos e temos o tão chamado consenso.
Quem está na extrema periferia das hostes partidárias, vai dizer o quê?
Mas percebendo esse momento e a possibilidade de prévias, sinto-me renovado. A minha adormecida veia política desperta. E fico com um pé no asfalto. Caso o consenso se concretize, tomo uma água de melissa, recolho-me a minha insignificância de militante inorgânico e às minhas maltraçadas linhas.
Às prévias, companheiros!

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