Athos Ronaldo Miralha da Cunha
twitter@athosronaldo
O aumento do número de vereadores é uma discussão polêmica. Envolve interesses políticos, democracia representativa e verbas públicas.
As pessoas que defendem esse acréscimo pautam-se pela maior representatividade da sociedade, um incremento democrático no parlamento. Os contrários prendem-se ao fato de que mais vereadores, provavelmente, acarretarão mais despesas para o caixa das prefeituras. Especificamente em Santa Maria a Câmara de Vereadores devolve, anualmente, cerca de 1,5 milhões de reais para o Executivo. Com 21 vereadores haverá essa devolução? Fica a dúvida.
Os argumentos são plausíveis. Mas uma questão que se impõe nesse momento é o atual descrédito porque passa a classe política no Brasil. Diuturnamente vemos nos noticiários escândalos e desmandos políticos. A Polícia Federal e o Ministério Público nunca trabalharam tanto como nos últimos anos. A presidente Dilma ganhou pontos com a população ao promover uma “faxina” no Ministério dos Transportes. Três ministros já saíram do governo porque havia indícios de malversação de verbas. O povo não suporta mais tanta impunidade e anseia pela punição aos corruptos.
Qualquer enquete que for feita terá como resposta uma expressiva contrariedade ao aumento do número de vagas nos legislativos municipais. Não é uma questão de cercear a democracia ou desejo inconsciente pelo autoritarismo e, sim, de descrença nos políticos. Há uma crise de representatividade que se arrasta por anos e que não será resolvida com mais vereadores. Salvaguardando os honestos e trabalhadores – que honram o voto recebido –, o que se sobressai são, justamente, os maus parlamentares. Com mais vereadores, com o atual espectro político, o descrédito tende a se agravar.
Esse momento não é propício para essa demanda do legislativo. Soa como um deboche. Quanto mais a população clama por segurança, saúde e educação, eles – os políticos – querem mais “vaguinhas” nas câmaras municipais. Os vereadores precisam arregaçar as mangas e colocar o pé no barro. E mostrar serviço.
Antes de discutir o aumento do número de vereadores país afora, deveria ser discutida uma reforma política séria que sinalizasse para o povo uma maior credibilidade no parlamento.
Esse incremento de vagas, por ser um assunto extremamente polêmico, deveria ser decidido com uma consulta – plebiscito – à população. Por que, apenas, quatorze pessoas tem o poder dessa decisão? Afinal, em Santa Maria, por exemplo, somos quase 200 mil eleitores. E são esses eleitores que deveriam decidir o tamanho de sua representação.
Parodiando Marx: vereadores do Brasil, uni-vos! A causa é justa e o bom debate deve ser profícuo e democrático com a sociedade.
twitter@athosronaldo
O aumento do número de vereadores é uma discussão polêmica. Envolve interesses políticos, democracia representativa e verbas públicas.
As pessoas que defendem esse acréscimo pautam-se pela maior representatividade da sociedade, um incremento democrático no parlamento. Os contrários prendem-se ao fato de que mais vereadores, provavelmente, acarretarão mais despesas para o caixa das prefeituras. Especificamente em Santa Maria a Câmara de Vereadores devolve, anualmente, cerca de 1,5 milhões de reais para o Executivo. Com 21 vereadores haverá essa devolução? Fica a dúvida.
Os argumentos são plausíveis. Mas uma questão que se impõe nesse momento é o atual descrédito porque passa a classe política no Brasil. Diuturnamente vemos nos noticiários escândalos e desmandos políticos. A Polícia Federal e o Ministério Público nunca trabalharam tanto como nos últimos anos. A presidente Dilma ganhou pontos com a população ao promover uma “faxina” no Ministério dos Transportes. Três ministros já saíram do governo porque havia indícios de malversação de verbas. O povo não suporta mais tanta impunidade e anseia pela punição aos corruptos.
Qualquer enquete que for feita terá como resposta uma expressiva contrariedade ao aumento do número de vagas nos legislativos municipais. Não é uma questão de cercear a democracia ou desejo inconsciente pelo autoritarismo e, sim, de descrença nos políticos. Há uma crise de representatividade que se arrasta por anos e que não será resolvida com mais vereadores. Salvaguardando os honestos e trabalhadores – que honram o voto recebido –, o que se sobressai são, justamente, os maus parlamentares. Com mais vereadores, com o atual espectro político, o descrédito tende a se agravar.
Esse momento não é propício para essa demanda do legislativo. Soa como um deboche. Quanto mais a população clama por segurança, saúde e educação, eles – os políticos – querem mais “vaguinhas” nas câmaras municipais. Os vereadores precisam arregaçar as mangas e colocar o pé no barro. E mostrar serviço.
Antes de discutir o aumento do número de vereadores país afora, deveria ser discutida uma reforma política séria que sinalizasse para o povo uma maior credibilidade no parlamento.
Esse incremento de vagas, por ser um assunto extremamente polêmico, deveria ser decidido com uma consulta – plebiscito – à população. Por que, apenas, quatorze pessoas tem o poder dessa decisão? Afinal, em Santa Maria, por exemplo, somos quase 200 mil eleitores. E são esses eleitores que deveriam decidir o tamanho de sua representação.
Parodiando Marx: vereadores do Brasil, uni-vos! A causa é justa e o bom debate deve ser profícuo e democrático com a sociedade.
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