Athos Ronaldo Miralha da Cunha
A causa é nobre: combater uma doença degenerativa
chamada ELA.
O desafio do balde de gelo foi criado pelo
jogador de golfe Chris Kennedy e popularizado na web pelo ex-jogador americano de beisebol Pete Frates. Assim, jogadores
de futebol, vôlei, basquete e de conversa fora, entraram na onda do balde. Para
cada balde na cabeça, três pessoas eram desafiadas e a coisa se desencadeou numa
progressão geométrica se alastrando mundo afora. Criatividade? Nenhuma. Apenas despejar
sobre a cabeça um balde cheio de gelo e água. Para evitar que os participantes esfriassem
a cabeça num balde de gelo, apenas, para aparecer, algumas celebridades mostravam
antes do feito o recibo do depósito. Afinal, o gelado desafio não deveria ser
debalde e só afagar a vaidade do famoso de ocasião. Assim celebridades, pseudocelebridades
e candidatos a celebridades levaram um banho de agua fria. Tudo em nome dela, a
esclerose lateral amiotrófica.
Então, para combater ELA – não sei se a
Manu levou um balde de gelo, acho que Ela não foi desafiada – as personalidades
de todos os quilates e pessoas de todos os naipes acataram os desafios e
jogaram um balde de água fria na cabeça.
Muito antes do Bill Gates e Mark
Zuckerberg entrarem numa fria dessas, aqui no Brasil já tínhamos vários
exemplos de “um balde de água fria”. No futebol, por exemplo, até o 7 a1 contra
a Alemanha, o maior balde de água fria foi protagonizado pelo Uruguai na decisão
da Copa de 50.
Recentemente, na política, quando tudo
se encaminhava para uma grenalização entre a estrela e o tucano, a Marina entra,
pelo acaso do destino, na disputa presidencial e pode colocar um balde de água
fria nesse pleito, resta saber se em Aécio, Dilma ou nela própria.
Eu estou em dúvida se uso um balde de
água fria ou uma caneca de água fria em cima do bidê. Afinal! Bidê ou balde? Mas
acho que nenhum de nós está disposto a entrar numa fria. Salvo se for um decisivo
jogo no Beira-Rio numa quarta-feira de frio e chuva.
Enfim, desafio alguém que esteja
disposto a contribuir com um espumante “Segura Viudas” brut reserva ou titular,
que eu entro com o balde de gelo. Uma celebração bem mais prazerosa e sem
urros.
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