Athos Ronaldo Miralha da Cunha
Nesse momento de tensão pré-eleição a
tendência é de que os ânimos fiquem cada vez mais acirrados. Vigilância atenta dos
militantes com relação ao tempo de televisão em que está exposto seu candidato.
Ao tamanho da foto no jornal e a equivalência com os demais.
A Rede Globo ao veicular as campanhas no
Jornal Nacional explicou que fará divulgação da agenda diária das principais
candidaturas e elegeu Dilma, Aécio e Eduardo como sendo essas principais. Imagino
que o critério da Rede Globo seja a densidade eleitoral e as pesquisas de
intenção de voto, pois são justamente essas candidaturas que disputam as três
primeiras colocações nos institutos.
Para a maioria do povo brasileiro parece
normal. Afinal, colocar os nanicos para tergiversarem sobre algumas propostas fora
da casinha e encher linguiça seria uma chatice. Um chute no saco em horário
nobre. No entanto, essa premissa da Globo mantem o status quo. Fica um embate superficial entre a menina má, o bom-mocinho
e outro bom-mocinho.
Essa visão conservadora vai ao reboque
do acatamento pela sociedade e formadores de opinião dessas premissas da grande
mídia. Para que contestar? Está bom assim. Ninguém discute. Ninguém provoca.
Qual o contraditório dos candidatos densos financeiramente pelas mesmas
empresas?
As três principais candidaturas se diferenciam
por algumas simplórias nuances. Do ponto de vista ideológico ou econômico são praticamente
iguais. Uma candidatura privatiza mais que as demais, uma candidatura distribui
mais bolsas que as demais e a terceira candidatura têm os olhos mais verdes que
as demais. Comparando com um time de futebol, diria que essas três candidaturas
tem um bom meio campo, um centro que rola uma bola redondinha, mas sem ataque e
jogam sem pontas. Até existe alguns pontas – esquerda e direita –, mas estão no
banco. E, resignados, não entrarão para o jogo porque não estão nas graças do técnico.
Então, a Globo elege essas três principais
candidaturas e com isso não evidencia as contradições ideológicas e nem coloca
o dedo na ferida.
Está errada a premissa da Rede Globo.
No meu modo de vista a premissa deveria
ser ideológica – porque faz mais de uma década que não se discute ideologia
nesse país – assim, teríamos uma contradição em horário nobre. Um debate sustentado
pela ideologia e não por tempo de televisão e alianças de ocasião e
interesseiras. Discutir sobre modelo econômico, uma visão diferente de mundo.
Os candidatos estão legalmente
habilitados para a disputa eleitoral. Cumpriram todos os preceitos legais.
Todos os meios de comunicação tratam de maneira igualitária todas as
candidaturas. Só a Rede Globo que não. Qual o poder da Rede Globo? Está acima
do tribunal eleitoral. Essa discriminação está amparada por lei? É legal? Deve ser.
Pois eu acho que não. Do ponto de vista
político e ideológico não quebra nenhum paradigma e mantem tudo na santa paz. E
logo em seguida esses mesmos candidatos estarão inaugurando novos templos
religiosos. Aleluia irmão!
E eu gostaria de ver uma discussão
sobre: imposto sobre grandes fortunas; lei dos meios de comunicação; abertura
dos arquivos da ditadura; sistema de cotas no Congresso Nacional; reforma
agrária, urbana, política, tributária, judiciária... e otras cositas más.
Mas acho que não.
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