terça-feira, 20 de novembro de 2012

Arena - o retorno

Athos Ronaldo Miralha da Cunha

Os preparativos para a Copa de 2014 envolvem a reforma e construção dos estádios. Assim, todas as sedes, subsedes, subsubsedes e pseudossedes resolveram construir Arenas de futebol. Com financiamento público e cifras estratosféricas.
No entanto, uma nova, ou renovada Arena, está causando reboliço na política e impacto nas redes sociais. A Aliança Renovadora Nacional está sendo articulada por jovens e deverá ser refundada.
Como sabemos a Arena – o partido – foi criado para dar sustentação política a ditadura instalada no Brasil em 1964. Como os ditadores eram “democratas e bonzinhos” também fundaram, ou deixaram fundar, um partido de oposição o MDB sucedido pelo PMDB. Aliás, tem um cidadão gaúcho há quase três décadas no senado que sempre se reporta ao PMDB como o velho MDB. Mas isso é outra história...
O fato é que a Arena – o partido – está voltando.
Uma jovem de Caxias do Sul – Cibele Baginski – está nessa organização. Bem articulada, conservadora e de direita. Usa piercing e tem os cabelos pintados. E o estilo debochado e irônico dos adolescentes. Ou seja, tem o perfil da direita (rsrs).
No vídeo no YouTube faz um pronunciamento em um banco da praça com uma cuia de chimarrão na mão – uma guria que cultua as tradições – e ali num vídeo improvisado e não oficial desanca o pau nas esquerdas e comunistas em geral. “A gente está de saco cheio de comunistas e esquerdistas enchendo o nosso saco”.
Ato contínuo, no Facebook houve a contrapartida com a convocação de uma manifestação na Esquina Democrática em Porto Alegre contra a refundação da Arena, o partido.
A constituição garante a livre organização de associações, partidos e sindicatos então, as pessoas que estão reorganizando a Arena estão no seu direito. Eu, particularmente, não dou a mínima para a refundação da Arena, me coloco contrário a sua ideologia. Aliás, não tenho nada contra e muito menos a favor da refundação da Arena. Acho que é um partido natimorto. Mas se conseguirem fundar, eu penso que é benéfico para a política. Hoje os políticos de direita estão camuflados em partidos ditos democratas e populares e, inclusive, assediados por outros partidos ditos de esquerdas e socialistas. Haja vista os apoios de Ana Amélia aos comunistas em Porto Alegre e Paulo Maluf ao PT em São Paulo. E essas duas pessoas são oriundas da Arena. Com a refundação da Arena saberemos onde está a direita. Mesmo que sejam os filhotes dos filhotes daqueles que estavam de mãos dadas com os militares dizendo amem e sim senhor para tudo.
Assim, a Arena – o partido – congregará os conservadores, nacionalistas, direitistas, integralistas e preconceituosos em geral numa mesma sigla. E quem apertar a mão do “Maluf de plantão” deles, selando uma aliança, saberá com quem está lidando.
Ironicamente em 2013 teremos várias Arenas – estádios – pelo Brasil e uma Arena – o partido – para demarcar a direita. Então, concluo que Arena e futebol nunca estiveram separados. “Todos juntos vamos pra frente Brasil. Salve a seleção”.


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